sexta-feira, 31 de agosto de 2007

PARA QUEM SERVIR A CARAPUÇA....




Muita atencao! e perfeito!!!!

Me mandaram por e-mail...achei interessante...



Lei de Murphy Para Mulheres

* Os Homens legais são feios.
* Homens bonitos não são legais.
* Homens bonitos e legais são gays.
* Homens bonitos, legais e heteros estão casados.
* Homens não tão bonitos, mas legais, não têm dinheiro.
* Homens não tão bonitos, mas legais e com dinheiro, acham que estamos atrás do dinheiro.
* Homens bonitos e sem dinheiro estão de olho no nosso dinheiro.
* Homens bonitos, não tão legais e razoavelmente heteros não acham que somos bonitas o bastante.
* Homens que nos acham bonitas, que são razoavelmente legais e têm dinheiro são uns galinhas.
* Homens que são razoavelmente bonitos, razoavelmente legais e têm algum dinheiro são tímidos e nunca tomam a iniciativa.
* Homens que nunca tomam a iniciativa, perdem o interesse, automaticamente,quando nós tomamos a iniciativa.

IRMÃOS - Luiz Fernando Veríssimo.



Cara nao importa se faz muito sentido mas vale a pena ler...O texto foi retirado de: O analista do Bagé, p. 19-22.

_ De vez em quando eu penso neles...
_ Quem?
_ Nos espermatozóides...
_ De vez em quando você pensa em seus espermatozóides?
_ No meus, não. Nos do meu pai.
_ Você está bêbado.
_ Na noite em que fui concebido...suponho que tenha sido uma noite... eu era um entre milhões de espermatozóides. Mas só eu cheguei ao óvulo da mamãe. Ou seria bilhões?
_ Acho que é óvulo mesmo.
_ Não. Os espermatozóides. São milhões ou bilhões?
_ Ahn...Não sei.
_ Não importa. Milhões, bilhões. Só eu me criei, entende? Por acaso. Isso é mais assombroso. A gratuidade da coisa. Havia milhões, bilhões de espermatozóides junto comigo e só eu, entende?, só eu fecundei o óvulo. Não é assombroso?
_ É.
_ Você acha mesmo?
_ Acho.
_ Podia ser qualquer um, mas fui eu. Por acaso.
_ Amendoim?
_ Hein? Obrigado. Agora, me diga. Por que eu? A gratuidade da coisa. Só eu fecundei o óvulo, virei feto, nasci, me criei e estou aqui, neste bar, de gravata, bebendo. Agora me diga, o que é isso?
_ É como você diz. A gratuidade da coisa.
_ Não, não. Isso que estou bebendo.
_ É, ahn, uísque.
_ Uísque. Pois então. Aí está.
_ Ó Moacyr, vê outro aqui. O rapaz está precisando.
_ Um brinde!
_ Um brinde.
_ A eles!
_ Quem?
_ Aos espermatozóides que não chegaram ao óvulo da mamãe. Aos companheiros. Aos bravos que cumpriram sua missão e não vieram para comemorar. Aos que perderam a viagem. Aos meus irmãos!
_ Aos meus irmãos!
_ Meus irmãos. Você não estava lá.
_ Aos seus irmãos!
_ Aos milhões, bilhões que se sacrificaram para que eu pudesse viver.
_ Salve.
_ Agora me diga uma coisa.
_ Duas. Digo duas.
_ Cada espermatozóide é uma pessoa diferente, certo? Quer dizer. Em outras palavras. Se outro espermatozóide tivesse completado a viagem, não seria eu aqui. Ou seria?
_ Depende.
_ Não seria. Seria outra pessoa. Outro nariz, outras idéias. Talvez até torcesse pelo América. Uma mulher! Podia ser uma mulher. Certo?
_ Não vamos exagerar...
_ Então, imagina o seguinte. Pense bem. Amendoim.
_ Amendoim. Estou pensando nele. Amendoim.
_ Não. Me passe o amendoim e pense no seguinte. Se entre os espermatozóides que me acompanharam, e que não chegara ao óvulo, estava o cara que ia descobrir a cura do câncer? Hein? Hein?
_ Certo.
_ Mas, em vez dele, eu é que cheguei. Por acaso. Ou podia ser uma mulher. Uma soprano de fama internacional. Em vez disso, deu eu. Veja a minha responsabilidade.
_ Acho que você está sendo radical.
_ Não. Imagine se em vez do espermatozóide que se transformou no Jânio Quadros, tivesse dado outro. A história do Brasil seria completamente diferente! É ou não é?
_ Mais ou menos.
_ Pois então. Eu me sinto culpado, entende? Acho que eu devia, sei lá. Ter feito mais da minha vida. Em honra a eles. Eu estou representando milhões, bilhões de espermatozóides, cada um uma pessoa em potencial. E o que é que eu fiz da minha vida?
_ E se fosse um bandido?
_ Como?
_ Se, em vez de você, o espermatozóide que tivesse dado certo fosse um assassino, um mau-caráter. Não quero falar dos espermatozóides do seu pai, mas num grupo de milhões sempre tem uma ovelha estragada. Uma maça negra. Estatisticamente.
_ Você acha mesmo?
_ Acho.
_ Sei lá.
_ E outra coisa. O que passou, passou. Não pense mais nisso.
_ Mas eu penso. De vez em quando eu penso. Os meus irmãos que não nasceram. Que nomes eles teriam? Eduardo, Gilson, Amaury, Jéssica...
_ Marco Antônio...
_ Marco Antônio... Imagine, um deles podia ser o ponta-direita que o Brasil precisava em 74. Eu me sinto culpado. Você não se sente culpado?
_ Bom, eu tenho 11 irmãos.
_ Aí é diferente.
_ Por quê?
_ Não sei. Só sei que entre milhões, bilhões de espermatozóides, todos com os mesmos direitos, só eu me criei. Por acaso. Agora me diga, o que é isso?
_ É uísque.
_ Não. É a gratuidade da coisa.
_ Não sei...
_ Você está bêbado.

Para meu Amo & Senhor...

SÁBADOS


Que todos os dias sejam sábados,
À tarde.
Pra te namorar.
Amar sem pressa
Amassar os lençóis brancos
Lamber tua boca!
Que todos os dias sejam sábados
Eternas tardes ensolaradas
Sob lençóis brancos
Risos sinceros. Falas roucas
Onde tudo se permite
Inclusive ser felizes, sempre!
Quero todos os sábados.
E sendo sábados eternos
Por nós nos entregarmos
Por sermos gratos
Morremos a cada segundo, algozes
Renascendo ferozes.
Ficamos quietos. Bem quietos.
Agarrados. Irmãos siameses.

Jones Augusto Cardoso

Biógrafo



Tenho essa estranha mania...
me fazer biógrafo de dores alheias.
Um gemido,
um sussurro,
lá vou eu
carregado de penas
e filtrando em palavras
o que vai além de mim.

Que empenho é esse
que me arrasta
sem alívio
ou remédio,
fazendo-me clave de tanto dó
e traduzindo em poemas
o que não me é só?

Nesta fome,
nesta sede
de versos carpidos,
recolho ao meu,
de meus pares
os gritos.

Sandra Silvestre

AMANTES



não há amor que resista
a um tanque cheio de roupa

para lavar
nem à louça do almoço
ainda empilhada na pia
na hora do jantar
não há amor que dê certo
com um bando de crianças
chorando por perto
não há amor sem mágoa
se desligam a luz
ou cortam a água
não há futuro no amor
se bate a porta o cobrador
não há emoção que permaneça
momento inesquecível
que não se esqueça
não há amor que sempre dure
por mais que se prometa
ou
jure
amantes não deviam comer
nem beber
amantes não deviam viver
só amar e sonhar
amantes não deviam acordar

Sílvio Ribeiro de Castro

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Como o vento... Oriza Martins



Lépido, ameno, suave, intenso
Vibrante e ágil, tal o como o vento...
Assim é o que sinto no fundo da alma
Assim é por ti o meu sentimento.

As tuas palavras, tuas doces mentiras,
Invadem meu ser, assim como o vento,
Num torvelinho, arrastam meus ais,
Mas fogem ligeiras do seu pensamento.

Eu sofro, pois sei, pra minha tristeza,
Que és inconstante - tal como o vento,
Mas quero assim mesmo te ter a meu lado,
Enquanto deixares, a todo momento...

Se um dia voares pra longe de mim,
Qual folha cadente, volúvel, ao vento,
Aqui ficarei, sonhando em rever-te,
Coração partido, sofrido, sedento...

E a lembrança dos beijos e outras carícias
Que hoje me fazes, ao sabor do vento,
É o que restará do nosso passado,
Será, na saudade, meu único alento...

VIVER NÃO DÓI - Carlos Drummond de Andrade


Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.
Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.

Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade..

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Aprender a Florescer - Divaldo Franco


"Ela era uma jovem das famílias mais ricas de Los Angeles. Prestes a se casar, seu noivo foi convocado para o Vietnã. Antes, deveria passar por um treinamento de um mês.
Enamorada, ela optou por antecipar o casamento e partir com ele. Ao menos poderia passar o mês do treinamento próximo dele, antes de sua partida para terras tão longínquas e perigosas.
Próximo à base do deserto da Califórnia onde se daria o treinamento, havia uma aldeia abandonada de índios Navajos e uma das cabanas foi especialmente preparada para receber o casal.
O primeiro dia foi de felicidade. Ele chegou cansado, queimado pelo sol de até 45 graus. Ela o ajudou a tirar a farda e deitar-se. Foi romântico e maravilhoso.
Ao final da semana estava infeliz e ao fim de dez dias estava entrando em desespero.
O marido chegava exausto do treinamento que começava às cinco horas da manhã e terminava às dez horas da noite. Ela era viúva de um homem vivo, sempre exaurido. Escreveu para a mãe, dizendo que não agüentava mais e perguntando se deveria abandoná-lo.
Alguns dias depois, recebeu a resposta. A velha senhora, de muito bom senso lhe enviou uma quadrinha em versos livres que dizia mais ou menos assim:
"Dois homens viviam em uma cela de imunda prisão. Um deles olhava para o alto e enxergava estrelas. O outro, olhava para baixo e somente via lama. Abraços. Mamãe."
A jovem entendeu. Ela e o marido estavam em uma cela, cada um a seu modo. Ver as estrelas ou contemplar a lama era sua opção. Pela primeira vez, em vinte dias de vida no deserto, ela saiu para conhecer os arredores.
Logo adiante surpreendeu-se com a beleza de uma concha de caracol. Ela conhecia conchas da praia, mas aquelas eram diferentes, belíssimas.
Quando seu marido chegou naquela noite, quase que ela nem o percebeu tão aplicada estava em separar e classificar as conchas que recolhera durante todo o dia.
Quando terminou o treinamento e ele foi para a guerra, ela decidiu permanecer ali mesmo. Descobrira que o deserto era um mar de belezas.
De seus estudos e pesquisas resultou um livro que é considerado a obra mais completa acerca de conchas marinhas, porque o deserto da Califórnia um dia foi fundo de mar e é um imenso depósito de fósseis e riquezas minerais.
Mais tarde, com o retorno do esposo do Vietnã, ela voltou a Los Angeles com a vida enriquecida por experiências salutares. Tudo porque ela aprendera a florescer onde Deus a colocara.
Existem flores nos jardins bem cuidados. Existem flores agrestes em pleno coração árduo do deserto.
Existem flores perdidas pelas orlas dos caminhos, enfeitando veredas anônimas.
Muitas sementes manifestam sua vida florescendo a partir de um pequeno grão de terra, perdido entre pedras brutas, demonstrando que a sabedoria está em florescer onde se é plantado.
Florescer, mesmo que o jardineiro sejam os ventos graves ou as águas abundantes.
Florescer, ainda que e as condições de calor e umidade nem sempre sejam as favoráveis...

Este texto foi baseado Floresça onde for plantado de uma palestra de Divaldo Franco - Texto retirado do Momento Espírita

Vovozinha Vermelha (e o lobo não era tão mau assim) por Millôr Fernandes



Vovozinha Vermelha era uma vovozinha que vivia cuidando de sua horta, sem se importar com a maledicência natural do mundo. Vovozinha Vermelha, assim chamada porque, quando moça, se disfarçava de velhinha pra dar cobertura a subversivos do Partido Comunista, agora continuava sendo chamada assim porque em sua horta só plantava tomates (vermelhos), pimentões (encarnados), caquis (fucsinos), beterrabas (sangue-de-boi) e cenouras (carmesins). Na verdade, a essa altura do mundialito, ela detestava política, a cor vermelha e horta, mas o que é que havia de fazer na sua idade provecta, quando o apelo da vida noturna e das orgias sexuais já estava tão longe?De família, ao que se saiba, Vovozinha Vermelha tinha apenas Chapeuzinho Turquesa, uma neta que sempre lhe trazia uma cesta de pães, mel natural, arroz integral e outras macrobióticas. A macróbia agradecia à netinha, ao mesmo tempo em que lhe invejava os guapos acompanhantes - uma hora era Frederico, outra Teodoro, outra Manfredo, outra Gervásio. "Isso é que é juventude", pensava ela, "e não a porcaria que deixei pra trás!"
Um dia, quando ia por ali assim, Chapeuzinho Turquesa - acompanhada por Fagundes - encontrou um lobo, que lhe disse: - Olá, tou te conhecendo? Não dançamos juntos no Vereda Tropical? - Sem essa - sacou chapeuzinho. - Eu não freqüento o Vereda, não moro em Niterói e esse aqui é o Ambrósio, campeão de Gin-Do-Ku-Fu e minha transa atual.
O lobo se fez de desentendido e disse: - Então tá bem, vou tentar a tua avó. - Vai com Deus, a paz e o livramento - respondeu Chapeuzinho. - E se achar um buraco, cai dentro. E quando o lobo se afastava correndo, ela disse pro companheiro: - Lobo falando! Parece alucinado. E o Gin-Do-Ku-Fu respondeu: - Alucinado não. Chegado a um alucinógeno. - E continuaram a caminhar. Quando iam se aproximando do condomínio fechado da vó, começaram a ouvir gritos terríveis: - Socorro! Socorro! Me acudam! Estão me violentando!
O casal correu e, quando entrou no quarto da Vovozinha Vermelha, lá estava o lobo, deitadão na cama confortável: - Alô, garotada, olha só que orelhas enormes eu tenho. Orelhas de burro! Sabem por quê? Passei a vida comendo garotinhas e só agora descobri que caldo de galinha velha etcétera e tal e coisa. Nesse momento a Vovozinha Vermelha ia saindo do banheiro e Chapeuzinho perguntou, espantada; - Uau, Vovozinha, eu pensei que o lobo tinha comido a senhora! Ao que a velha gargalhou: - Oh, netinha, como sois ingenuosa! A espécie Canis Lupus há várias gerações que abandonou a via oral. E esse aí, especialmente, soube reconhecer as minhas qualidades não-dietéticas. - Lamentável o comportamento das velhas gerações - criticou Chapeuzinho ao ouvido do companheiro. E pra vó: - Mas então por que a senhora gritou por socorro? - Socorro? - disse o lobo. - Quem gritou por socorro fui eu!
MORAL: O MELHOR AFRODISÍACO É A CARÊNCIA PROLONGADA.

Mas uma Fábula (como só ele sabe escrever!) do Millôr Fernandes, retirado do site www.paratexto.com.br.

Chapeuzinho Vermelho - Millôr Fernandes




Era uma vez (admitindo-se aqui o tempo como uma realidade palpável, estranho, portanto, à fantasia da história) uma menina, linda e um pouco tola, que se chamava Chapeuzinho Vermelho. (Esses nomes que se usam em substituição do nome próprio chamam-se alcunha ou vulgo). Chapeuzinho Vermelho costumava passear no bosque, colhendo Sinantias, monstruosidade botânica que consiste na soldadura anômala de duas flores vizinhas pelos invólucros ou pelos pecíolos, Mucambés ou Muçambas, planta medicinal da família das Caparidáceas, e brincando aqui e ali com uma Jurueba, da família dos Psitacídeos, que vivem em regiões justafluviais, ou seja, à margem dos rios. Chapeuzinho Vermelho andava, pois, na Floresta, quando lhe aparece um lobo, animal selvagem carnívoro do gênero cão e... (Um parêntesis para os nossos pequenos leitores — o lobo era, presumivelmente, uma figura inexistente criada pelo cérebro superexcitado de Chapeuzinho Vermelho. Tendo que andar na floresta sozinha, - natural seria que, volta e meia, sentindo-se indefesa, tivesse alucinações semelhantes.).
Chapeuzinho Vermelho foi detida pelo lobo que lhe disse: (Outro parêntesis; os animais jamais falaram. Fica explicado aqui que isso é um recurso de fantasia do autor e que o Lobo encarna os sentimentos cruéis do Homem. Esse princípio animista é ascentralíssimo e está em todo o folclore universal.) Disse o Lobo: "Onde vais, linda menina?" Respondeu Chapeuzinho Vermelho: "Vou levar estes doces à minha avozinha que está doente. Atravessarei dunas, montes, cabos, istmos e outros acidentes geográficos e deverei chegar lá às treze e trinta e cinco, ou seja, a uma hora e trinta e cinco minutos da tarde".
Ouvindo isso o Lobo saiu correndo, estimulado por desejos reprimidos (Freud: "Psychopathology Of Everiday Life", The Modern Library Inc. N.Y.). Chegando na casa da avozinha ele engoliu-a de uma vez — o que, segundo o conceito materialista de Marx indica uma intenção crítica do autor, estando oculta aí a idéia do capitalismo devorando o proletariado — e ficou esperando, deitado na cama, fantasiado com a roupa da avó.
Passaram-se quinze minutos (diagrama explicando o funcionamento do relógio e seu processo evolutivo através da História). Chapeuzinho Vermelho chegou e não percebeu que o lobo não era sua avó, porque sofria de astigmatismo convergente, que é uma perturbação visual oriunda da curvatura da córnea. Nem percebeu que a voz não era a da avó, porque sofria de Otite, inflamação do ouvido, nem reconheceu nas suas palavras, palavras cheias de má-fé masculina, porque afinal, eis o que ela era mesmo: esquizofrênica, débil mental e paranóica pequenas doenças que dão no cérebro, parte-súpero-anterior do encéfalo. (A tentativa muito comum da mulher ignorar a transformação do Homem é profusamente estudada por Kinsey em "Sexual Behavior in the Human Female". W. B. Saunders Company, Publishers.) Mas, para salvação de Chapeuzinho Vermelho, apareceram os lenhadores, mataram cuidadosamente o Lobo, depois de verificar a localização da avó através da Roentgenfotografia. E Chapeuzinho Vermelho viveu tranqüila 57 anos, que é a média da vida humana segundo Maltus, Thomas Robert, economista inglês nascido em 1766, em Rookew, pequena propriedade de seu pai, que foi grande amigo de Rousseau.

Este é mais um texto Extraído do livro "Lições de Um Ignorante", José Álvaro Editor - Rio de Janeiro, 1967, pág. 31 de MILLÔR FERNANDES que em meu ver esta em sua melhor fase, no meu entender.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Saudades


Saudades! Sim... talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!

Florbela Espanca

domingo, 26 de agosto de 2007

AMAR

O DESTINO...


Sou apaixonada por mitologia greco-romana! O que para quem me conhece torna-se uma contradição pois sou egípcia de coração! A mitologia greco-romana é tão maravilhosa por simplesmente tentar adaptar/justificar todos os fenômenos que acontecem a nossa volta como sendo causados pelos deuses com estórias únicas e singulares! Até mesmo o Destino...
Este é conduzido no Olimpo pelas três Moiras/Parcas que o fiam e tecem incansavelmente. Elas são as mensageiras do mesmo. Sendo em numero de três cada uma toma para si uma função; Cloto fia o fluxo da vida/existência de nos mortais. Láquesis define a passagem pela terra, tecendo o ritmo da vida como uma canção com glorias e derrotas, ódio e amor. Átropos, “a irremovível” estipula a morte, a hora que vai-se ao Hades para vagar ou gozar as derrotas ou vitórias da vida passada.
Nada acontece sem sua ciência, elas estipulam tudo! E independente deste credo “morto” ou de qualquer outro credo atual, o destino ocorre... não pelos mesmo motivos greco-romanos mas ainda assim é impossível modifica-lo, ele é imutável!
Ainda que você seja do partido de que o destino somos nós que escrevemos, ainda assim para o escrever ,“alguém/algo/alguma coisa” decidiu ou nos impele a isso.

“ E assim, as Moiras assistem a farsa efêmera da vida no palco da terra. Não tem compaixão de ninguém. Nem dos fortes, nem dos fracos. Nem dos homens, nem dos deuses.” *
* Trecho retirado do livro Mitologia, Volume III, 1973.
by Bruzu
Imagem: Las Três Parcas, F. Salviati (Florência, Palácio Pitti).

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

GARFIELD

Ele é um gato laranja listrado. Preguiçoso, guloso, amante de televisão e acima de tudo, sarcástico. Adora chutar Odie da mesa, caçar pássaros, e seu prato favorito é lasanha. Odeia segunda-feira, passas, dietas (que vez ou outra Jon lhe impõe) e caçar ratos ("Lábios que tocam num rato jamais tocarão os meus"). Garfield sofre de um medo anormal de aranhas e de ataques de sono. E EU O AMO DE PAIXAO DESDE QUE ME ENTENDO POR GENTE!
by Bruzu

Parabens!


Nesta semana aniversariaram a Gabrielle e Karla, duas "FIGURAÇAS" que por mais que expresse todo o sentimento positivo e de bom que existe em mim ainda assim... seria pouco para o que desejo a elas!
Mil Felicidades! ... e claro muitos presentes!
by Bruzu

Flores Para meu Amo...



Pra você meu "AMO" e "SENHOR"!
Afinal não podia postar algo que não fosse você!

Epitaph





Serene descent, as a red leaf's descending
When there is neither wind nor noise of rain,
But only autum air and the unending
Drawing of all things to the earth again.

So be it, let the snow fall deep and cover
All that was drunken once with light and air.
The earth will not regret her tireless lover,
Nor he awake to know she does not care.

................

Descida serena, como uma folha rubra que cai
quando não houver nem vento, nem ruído da chuva,
mas somente ar do outono e o interminável
desenho de todas as coisas à terra outra vez.

Assim seja ele, deixe a neve cair profundamente e cobrir
tudo que era embebido uma vez com luz e ar.
A terra não lamentará seu amante incansável,
nem acorda para saber que não se importa.

Sarah Teasdale

I Wandered Lonely As A Cloud


I wandered lonely as a cloud
That floats on high o'er vales and hills,
When all at once I saw a crowd,
A host, of golden daffodils;
Beside the lake, beneath the trees,
Fluttering and dancing in the breeze.Continuous as the stars that shine
And twinkle on the milky way,
They stretched in never-ending line
Along the margin of a bay:
Ten thousand saw I at a glance,
Tossing their heads in sprightly dance.The waves beside them danced, but they
Out-did the sparkling leaves in glee;
A poet could not be but gay,
In such a jocund company!
I gazed-and gazed-but little thought
What wealth the show to me had brought:For oft, when on my couch I lie
In vacant or in pensive mood,
They flash upon that inward eye
Which is the bliss of solitude;
And then my heart with pleasure fills,
And dances with the daffodils.

................

Eu vaguei só como uma nuvem
que flutua em vales e em montes elevados do O'er,
quando de repente eu vi uma multidão,
Um anfitrião, de dourados narcisos silvestres;
Ao lado do lago, ao pé das árvores,
vibrando e dançando na briza.
Continua como as estrelas que brilham
e cintilam na via láctea,
pela extensão na linha do sem fim
Ao longo da margem em uma baía:
Dez mil eu vi de relance,
agitando suas cabeças em bailes vividos. As ondas ao lado delas bailavam, mas
eles sobrepujaram as folhas cintilando em canções;
Um poeta não poderia ser mas alegre, em tal divertida companhia!
Eu olhei-e, olhei-porem pouco meditei
O que a opulência mostra a mim e tem trazido:
Muitas vezes, quando em meu descanso eu minto
Desocupado ou de humor pensativo, eles lampejam sobre o olho intimo
O qual é o êxtase da solidão;
E então meu coração com prazer suficiente,
baila com dourados narcisos silvestres.

William Wordsworth

Frases de Millôr




"Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim."
"Diz que o grande erro de Noé foi que ele botou na Arca apenas dois animais de cada espécie, mas quando chegou a vez dos burros deixou entrar todos."
"Neste momento, de repente, me bate a nostalgia do que um dia se chamou de pátria."
"Habitação popular é uma casa sem portas e em que não se pode colocar janelas por não haver paredes."
"Cada vez há mais fortunas feitas entre o pôr-do-sol e o nascer-do-sol do que entre o nascer-do-sol e o pôr-do-sol."
"Acabar com a corrupção é o objetivo supremo de quem ainda não chegou ao poder."
"Ser brasileiro me deixa muito subdesenvolvido."
"Feliz é o que você vai perceber que era, algum tempo depois."
"O Oriente só é Médio pra quem não vive lá."
"Nascer estadista em país subdesenvolvido é como nascer com um tremendo talento de violinista numa tribo que só conhece a percussão."
"Jamais perdoe o que uma pessoa te diz quando está fora de si."
"Quando começou a comprar almas, o diabo inventou a sociedade de consumo."
"O dedo do destino não deixa impressão digital."
"Canalhas melhoram com o passar do tempo (ficam mais canalhas.)"
"Generalizando-se a corrupção, restabelece-se a Justiça."
"Além de ir pro inferno só tenho medo de uma coisa: juros."

Cartoon Retirado do Site: www.portaldasletras.com.br

Para o Segundo Filho de Uma Mãe, Amigos, Colegas ou quem se identificar...



Não é o lar o último recesso do homem civilizado, sua última fuga, o derradeiro recanto em que pode esconder suas mágoas e dores. Não é o lar o castelo do homem. O castelo do homem é seu banheiro. Num mundo atribulado, numa época convulsa, numa sociedade desgovernada, numa família dissolvida ou dissoluta, só o banheiro é um recanto livre, só essa dependência da casa e do mundo dá ao homem um hausto de tranqüilidade.
É ali que ele sonha suas derradeiras filosofias e seus moribundos cálculos de paz e sossego.
Outrora, em outras eras do mundo, havia jardins livres, particulares e públicos, onde o homem podia se entregar a sua meditação e a sua prece. Desapareceram os jardins particulares, pois o homem passou a viver montado em lajes, tendo como ilusão de floresta duas ou três plantas enlatadas que não são bastante grandes para ocultar seu corpo da fúria destrutiva da proximidade forçada de outros homens. Não encontrando mais as imensidões das praças romanas que lhe davam um sentido de solidão, não tendo mais os desertos, hoje saneados, irrigados e povoados, faltando-lhe as grutas dos companheiros de Chico de Assis, onde era possível refletir e ponderar, concluir e amadurecer, o homem foi recuando, desesperou e só obteve um instante de calma no dia em que de novo descobriu seu santuário dentro de sua própria casa: o banheiro.
Se não lhe batem à porta outros homens (pois um lar, por definição, é composto de mulher, marido, filho, filha e um ou outro parente, próximo ou remoto, todos com suas necessidades físicas e morais, ele, ali, e só ali, por alguns instantes, se oculta, se introspecciona, se reflete, se calcula e julga. Está só consigo mesmo, tudo é segredo, ninguém o interroga, pressiona, compele, tenta, sugere, assalta...
...Não há, em suma, quem não tenha jamais feito uma careta equívoca no espelho do banheiro, nem existe ninguém que nunca tenha tido um pensamento genial ao sentir sobre seu corpo o primeiro jato de água fria. Aqui temos a paz para a autocrítica, a nudez necessária para o frustrado sentimento de que nossos corpos não foram feitos para a ambição de nossas almas, aqui entramos sujos e saímos limpos, aqui nos melhoramos o pouco que nos é dado melhorar, saímos mais frescos, mais puros, mais bem dispostos.
O banheiro é o que resta de indevassável para a alma e o corpo do homem moderno, e queira Deus que Le Corbusier ou Niemeyer não pensem em fazê-lo também de vidro, numa adaptação total ao espírito de uma humanidade cada vez mais gregária, sem o necessário e apaixonante sentimento da solidão ocasional.
Aqui, neste palco em que somos os únicos atores e espectadores, neste templo que serve ao mesmo tempo ao deus do narcisismo e ao da humildade, é que a civilização hodierna encontrará sua máxima expressão, seu ultimo espelho que é o propriamente dito.
Xantipa, que diabo, me joga essa toalha!

Retirado do Livro Lições de um Ignorante de Millôr Fernandes:(O Banheiro/17)- de 1967.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Vultos que admiro...


Abraham Lincoln (12 de fevereiro de 1809 - 15 de Abril de 1865) foi o 16° (1861-1865) presidente dos Estados Unidos e o primeiro presidente do Partido Republicano dos Estados Unidos, fez 142 anos de morto este ano. Dentre as inúmeras decisões que tomou em sua vida deixou frases para a posteridades, entre elas temos:

Deus deve amar os homens medíocres. Fez vários deles.
É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do quer falar e acabar com a dúvida.
Os princípios mais importantes podem e devem ser inflexíveis.
Podeis enganar toda a gente durante um certo tempo; podeis mesmo enganar algumas pessoas todo o tempo; mas não vos será possível enganar sempre toda a gente.
Um boletim de voto tem mais força que um tiro de espingarda.
O campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer.
Quando pratico o bem, sinto-me bem; quando pratico o mal, sinto-me mal. Eis a minha religião.
Pecar pelo silêncio, quando se deveria protestar, transforma homens em covardes.
Ninguém é suficientemente competente para governar outra pessoa sem o seu consentimento.
O que mata uma doninha é a publicidade que faz a si própria.
O meu pai ensinou-me a trabalhar; não me ensinou a amar o trabalho.
Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.
Não te esqueças que os estranhos são amigos que ainda não conheces.
O que mais me interessa saber, não é se falhaste mas se soubeste aceitar o desaire.
Quase sempre a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de ser feliz.
A melhor parte da vida de uma pessoa está nas suas amizades.
Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar.
Nunca devemos mudar de cavalo no meio do rio.
Tacto é a capacidade de se descrever os outros tal como eles se julgam.
Se a escravatura não é má, nada é mau.
A perda de um inimigo não compensa a de um amigo.
Nosso Senhor ama os pobres, por isso fez tantos.
Nenhum mentiroso tem uma memória suficientemente boa para ser um mentiroso de êxito.
Não estarei destruindo meus inimigos quando os transformo em amigos?
Não me interessa nenhuma religião cujos princípios não melhoram nem tomam em consideração as condições dos animais.

Abraham Lincoln

Morre lentamente...


Morre lentamente...
quem não lê
quem não viaja,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente...
quem destrói seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente...
quem se transforma em escravo do hábito
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente...
quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos
e os corações aos tropeços.

Morre lentamente...
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, ou amor,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite, pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos...

Viva hoje !
Arrisque hoje !
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente !
NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ !

Pablo Neruda

OSCAR WILDE



"O egoísmo não consiste em vivermos conforme os nossos desejos, mas sim em exigirmos que os outros vivam da forma que nós gostaríamos. O altruísmo consiste em deixarmos todo o mundo viver do jeito que bem quiser."

Pensamento



Vou Postar uma frase que sempre digo aos outros mas pra mim "tá meio difícil de aceitar"... Acho que a expressão pimenta nos olhos dos outros e refresco ... e verdade!
" Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam de você, é problema deles."
by Bruzu

Pra quem gosta de Teatro...



Nos dias 30/08 e 01/09 no Teatro da Paz, ira acontecer (fazendo parte do Festival de Opera da Amazonia) A Cinderela (La Cenerentola) de Rossini. Vale a pena Conferir...

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Angustia



A angustia entrou em mi'a vida,
Encontro-me num beco sem saída,
Sem saber aonde seguir.
Sem ser entendida,
Como nau à deriva,
Sem saber que mar estou.

Caso tenho um consolo,
Penso em primeiro momento,
No beco sem saida, sem saber aonde ir.
A questão que me aflige,
Que não some um instante
é que não sei aonde ir.
Não sei pr'onde fugir.

Queria saber dizer,
De forma que pudesses entender,
O que há dentro de mim,
Porem, fecho-me como ostra,
e você como avestruz, com a cabeça na terra,
Finge não perceber.

Meu Lindo... perdoa-me perto dos seus... ou de qualquer outro está um adrem mas foi em um momento de "desespero".... tá dificil... contornar minha cabeça! Por mais que saiba que está: "melhor, mais fácil, light" como me dizem...mas a forma como foi é que REVOLTA!!!
by Bruzu

ECO X BUSH...



Esta seleção de frases feita por Umberto Eco foi publicada no jornal italiano L'Espresso, em 10/10/2002. Tendo seu original capturado de http://www.espressonline.it/ESW_articolo/0,2393,38161,00.html. Umberto Eco recolheu as frases (perolas) no site http://www.bushisms.com ("bushismos"),que e um sítio norte-americano que coleciona provas da estupidez do homem mais poderoso do mundo há vários anos. Aqui mostra-se o brilhantismo do Presidente...

Se não tivermos êxito, corremos o risco de fracassar.

Já é tempo de a raça humana entrar no sistema solar.

Não é a poluição que ameaça o ambiente, são as impurezas do ar e da água.

AOS JORNALISTAS

Deveria perguntar a quem me fez a pergunta. Não tive oportunidade de perguntar a quem me fez a pergunta qual foi a pergunta que me fez. (Austin, Texas, 08/01/20001)

Penso que se você sabe o que pensa, será muito mais fácil responder à sua pergunta. Não posso responder à sua pergunta. (Reynoldsburg, Ohio, 04/10/2000 )

POLÍTICA

A ilegitimidade é uma coisa de que só devemos falar em termos de não a ter. (20/05/1996)

Creio que estamos num caminho irreversível para mais liberdade e democracia. Mas as coisas poderão mudar. (22/05/1998)

Tenho o cuidado de preservar o poder executivo não só para mim, mas também para os meus predecessores. (Washington, 29/01/2001)

Comprometemo-nos a trabalhar com ambas as partes para levar o nível de terror a um nível aceitável para ambas as partes. (Washington, 02/10/2001)

Sei que em Washington há muitas ambições. É natural. Mas espero que os ambiciosos percebam que é mais fácil triunfar com um êxito do que com um fracasso. (Entrevista à Associated Press, 18/01/2001)

Nós queremos que qualquer pessoa que possa arranjar um trabalho seja capaz de arranjar um trabalho. (Programa 60 minutos II, 05/12/2000)

Um dos denominadores comuns que achei é que as expectativas surgem sempre em torno do que se espera. (Los Angeles, 27/09/2000)

É importante entender que se houver mais intercâmbios comerciais haverá mais comércio. (Cúpula das Américas, Quebec City, 21/04/2001)

EDUCAÇÃO


Francamente, os professores são a única profissão que ensina os nossos filhos. (18/09/1995)

Iremos ter os americanos mais instruídos do mundo. (21/09/1997)

Quero que se diga que a Administração Bush está orientada para o resultado, porque acredito no resultado de focar a atenção e a energia na educação das crianças na leitura, para que tenham um sistema educativo atento às crianças e aos seus pais, em vez de ter em vista um sistema que rejeita a mudança fará a América ser o que queremos que ela seja, um país de gente que sabe ler e sabe ter esperança. (Washington, 11/01/2001)

O sistema de educação pública é um dos fundamentos da nossa democracia. Afinal, é onde as crianças da América aprendem a ser cidadãos responsáveis, e aprendem as habilidades necessárias para tirar vantagem da nossa fantástica sociedade oportunista. (15/05/2002)

CIÊNCIA


Marte essencialmente está na mesma órbita que nós. Está quase à mesma distância do Sol, o que é importante. Já vimos imagens dos canais, cremos, e da água. Se há água há oxigênio e se há oxigênio podemos respirar. (08/11/1994)

Para a Nasa o espaço é sempre a prioridade principal. (05/09/1993)

O gás natural é hemisférico. Gosto de lhe chamar hemisférico por natureza, porque é o produto que podemos encontrar nas nossas vizinhanças. (Austin, 20/12/2000)

Sei que os seres humanos e os peixes poderão coexistir em paz. (Saginaw, 29/09/2000)

ASSUNTOS ESTRANGEIROS


Temos perdido muito tempo a falar de África, justamente. A África é uma nação que sofre de uma incrível doença. (Conferência de imprensa, 14/09/2000)

Já falei com Vicente Fox, o novo presidente do México, para mandar petróleo para os Estados Unidos. Assim não dependeremos do petróleo estrangeiro. (Primeiro debate presidencial, 10/03/2000)

O problema dos franceses é que não têm uma palavra para entrepreneur. (Conversa com Blair)

Vocês também têm negros? (Ao presidente brasileiro Fernando Cardoso, Estado de São Paulo, 28/04/2002)

Afinal, há uma semana Yasser Arafat esteve cercado no seu palácio de Ramallah, claramente um palácio cheio de pacifistas alemães e de todo esse tipo de gente. Agora foram-se embora. Arafat agora é livre de mostrar a sua liderança, e de governar o mundo. (Washington, 02/05/2002)

Muitas das nossas importações vêm de fora. (NPR's Morning Editing, 26/09/2000)

Entendo que a agitação no Oriente Próximo cria agitação em toda a região. (Washington, 13/03/2002)

A minha viagem à Ásia começa no Japão por uma razão importante. Começa aqui porque desde há século e meio a América e o Japão fizeram uma das maiores e mais duradouras alianças dos tempos modernos. Desta aliança resultou uma era de paz no Pacífico. (Tóquio, 18/02/2002)

Me digam se nao e um homem brilhante!!!! E tao brilhante que chega a assustar!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Saiu em "O Liberal" 18/08/2007.


Live Earth

Se for para salvar o planeta, pode contar comigo pra tudo.
Mas tem que mudar o idioma.
Não é por nada não. Mas Terra, em inglês, não tem combate. Para mim é uma palavra indizível, impronunciável, inarticulável (e ao mesmo tempo, silenciosa, tímida, perigosamente inexata). Duvido que um falante aqui das nossas bandas, com o conjunto de suas cordas vocais no lugar, tudo bem direitinho, afinadinho, acostumado a respeitar a forma e o conteúdo de vogais e consoantes, consiga pronunciar a palavra Terra em inglês sem correr o risco iminente de ter uma síncope por falta de respiração. Duvido.
No mínimo, vai passar por um cruel constrangimento.
Ô palavrinhazinha difícil de pronunciar. Não acredito que alguém, mesmo neste mundo americanizado, digo, globalizado, se desenrole na boa em uma prosa, quando entra na parada a tal da ‘earth’. Para mim, acaba o papo aí mesmo. Até porque não acho que uma palavra que tem duas vogais juntas capitaneando o som possa conter a força do discernimento.
Pior não é nada, depois, o indisciplinado vocábulo, mesmo amparado num desenxabido érre, na seqüência, não desata. Fica no mesmo lugar. E, quase desfalece, quase que desaparece no espaço das ondas sonoras, no final, quando se apega num tê-agá pra tirar a bronca. A fonética, lá deles, ainda complica pregando que este tê-agá tem som de éfe. Assim, não propaga. Não propaga! Para mim, a palavra quando me chega pelas ondas globalizadas, em vez de me levar à segurança, aos encantos e aos mistérios de nosso planeta, parece representar mais uma situação de inquietante instabilidade. Antes que uma palavra, earth, para mim, parece mais um espasmo. Um soluço. Um desacerto na respiração, que seja.
O nosso planeta, em inglês, me chega indeciso, indefinível, com sérios problemas de identidade (mas como então já, um tê com som de éfe?...Ainda mais!.
Tá bom, tá bom. Tô sendo injusto. Tô sendo parcial. Quero porque quero mudar o idioma da resistência ecológica porque sou anti-americano, anti-isso, anti-aquilo, anti-aquil’outro. Então vai lá, vê se cola: a gente, no calor da luta, como um bom falante da última flor do Lácio, acostumado com um Tesão ali, firme, decidido, fortalecendo, encorpando, dando graça à nossa Terra. Vamos nós, lá no furdunço de uma manifestação de protesto lá pelas terras geladas de Davos, gritar uma palavra de ordem assim ‘save the earth, ‘save the earth’. Mas quando que rola! Vão é trazer oxigênio pensando que já somos umas das sofridas vítimas do aquecimento global. Vão pensar que estamos tendo um piripaque. Que estamos lá só arfando, agonizando. O coro não dá o grau da indignação. Em inglês, não pinta o clima de revolta.
Agora, se a gente der uma levada latina...valorizando o Tê linguodental (daquele jeito como em tacacá, tipiti, vatapá, matapi. Daquele jeito, fiel ao som da letra, como prevê a estimada fonologia brasileira) já era: Seria uma coisa assim, do tipo ' salve a Terra’, ‘salve a Terra' ou ‘Tierra’, mesmo, vá lá que seja. Aí sim, aposto como o Bush logo, logo não ia se aviar para assinar o tratado de Kyoto (e outros tantos que houvessem).
Live Earth foi um evento realizado no início de julho com o objetivo de chamar a atenção para o problema do aquecimento global.
Achei bacana a idéia.
Se for para salvar o planeta, pode contar comigo pra tudo.
Mas tem que pôr legenda.
Olha, não é querer falar mal da língua de ninguém, mas, Terra, em inglês, para mim é uma palavra indizível, impronunciável, inarticulável (e ao mesmo tempo, silenciosa, tímida, perigosamente inexata).
Por Raimundo Sodré

Concordo com ele em Genero, Numero e Grau... e ainda digo mais! World é o FIM! Minha ou nossa sorte é que não colocaram Live Earth or the World!
Imagina se tivessem colocado assim?
Nâo sério? falem rapido! - Live Earth or the World!
Acho que é capaz de causar até separaçao de namorados... eles podem pensar que sua mãe nao lhe deu educação e que você esta dando um arroto bem no meio da cara dele!Mas falando sério tem certas palavras em inglês que são o fim da picada!

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

AMAR


Ao analisar gramaticalmente o verbo amar chegaríamos a um consenso (lembrando as aulas de português!) de que se trata de um verbo transitivo direto, ou seja (como minha tia fala: quem ama, ama alguém ou alguma coisa!).
É um verbo que exige diversas coisas para se completar, ou seja, um objeto, um motivo, uma causa!
Algo que lhe de um objetivo de existir! Ele não somente existe! Ele PRECISA de algo/alguém que lhe dê razão e lhe dê sentido de existência! Sem isso ele estaria, sem duvida, predestinado ao esquecimento ou a inutilidade!
E não digo isso somente levando em conta a escrita, mas também a fonética pois tanto em um quanto em outro ele precisa, necessita de uma coisa a mais! Já que se levarmos em consideração que (lembrando a professora!) o conjugarmos sem o dito objeto direto (razão) alem de ficar sem sentido (como que pairando no ar uma pergunta!) o nosso crescimento psico/sócio/cultural não existiria!
A grande “sacada” atual quanto a este assunto, é que ao falarmos de amor se tornou tão banal... uma facilidade assustadora... praticamente sem tamanho... O amor acabou virando rima pobre de música, fala em azaração e desculpa para assassinatos e “otras cositas mas” enfim, perdeu o sentido...Por motivos, talvez diversos, como: evolução da sociedade(?), mudança de criação, liberação sexual, sei lá!
Tenho um amigo que (por opção própria!) decidiu não casar... e por ele também, não teria filhos, ele se diz incapaz de amar uma única pessoa ao mesmo tempo... (talvez seja natureza dele, não sei!?) mas, ele diz uma coisa que chega a fazer pensar... “assim como somos seres mutantes e não constantes, não somos como uma caixinha que só cabe um única coisa uma unica tampa! Ou seja, não somos só capazes de amar uma única pessoa, não somos caixas! não nos identificamos/encaixamos em uma única pessoa! Somos pessoas e como pessoas devemos trocar experiências...”. Pode até fazer pensar! mas será que não se torna desculpa, para uma esbórnia???? Discutimos muito sobre isso...
O que me faz lembrar o titulo do livro do Drummond: “Amar se aprende amando” esse titulo foi usado por Kate Weiss em um poema, numa homenagem ao poeta acima:

"Amar se aprende amando",
já dizia o poeta,
se não começas, vai ficando,
tal qual iniciar dieta.

Medo de aprender não tenhas,
pois amor é coisa boa,
mesmo que manter não venhas,
amar nunca é coisa à toa.

"Amar se aprende amando",
siga a lição completa,
dar carinho, respeitando,
esta é a palavra secreta.

domingo, 19 de agosto de 2007

Para uma Amiga...


Simone Signoret, pseudônimo de Simone-Henriette-Charlotte Kaminker (25 de Março de 1921, Wiesbaden — 30 de Setembro de 1985, Paris) foi uma famosa atriz francesa nascida na Alemanha.Considerada uma das atrizes mais convincentes do cinema francês, seus 40 anos de carreira foram marcados pela diversidade de personagens que interpretou. E com Yves Montand, (seu segundo marido), participou de causas desde 1950 até o início dos anos 80 no Partido Comunista francês. Morreu de câncer em sua residência na localidade de Eure, na zona oeste de Paris.

"O segredo da felicidade no amor não é ser cego, mas saber fechar os olhos quando necessário".

O motivo de a estar colocando no Blog uma frase dita por ela é que quando a li me fez pensar em uma amiga...que não precisa ser dito o nome pois sei que quando ela a ler vai com certeza saber que é pra ela! Muitos bjs Amiga! e vê se enfia isso na tua cabeça!!!!!!
A imagem eh pra ti tambem! é o Tao ou Dao o equilibrio, o caminho do meio, com ele devemos agir de acordo com a nossa vontade e apenas dentro dos limites da nossa natureza, sem tentar fazer coisas que nos levem para além dela. Devemos usar o que é naturalmente útil e fazer o que espontaneamente podemos fazer sem interferir na nossa natureza. E não tentar fazer aquilo que não podemos fazer ou tentar saber aquilo que não podemos saber.

جبران خليل جبران - Gibran Kahlil Gibran



~ O Amor ~

Então, Almitra disse: “Fala-nos do amor.”
E ele ergueu a fronte e olhou para a multidão,
e um silêncio caiu sobre todos, e com uma voz forte, disse:

Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
Como o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa,
Assim ele vos crucifica.

E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,
Trabalha para vossa queda.

E da mesma forma que alcança vossa altura
E acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes
E as sacode no seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
No pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós
Para que conheçais os segredos de vossos corações
E, com esse conhecimento,
Vos convertais no pão místico do banquete divino.
Todavia, se no vosso temor,
Procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
E abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações,
Onde rireis, mas não todos os vossos risos,
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio
E nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Porque o amor basta-se a si mesmo.

Quando um de vós ama, que não diga:
“Deus está no meu coração”,
Mas que diga antes:
"Eu estou no coração de Deus”.
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor,
Pois o amor, se vos achar dignos,
Determinará ele próprio o vosso curso.
O amor não tem outro desejo
Senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos,
Sejam estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
Que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado
E agradecerdes por um novo dia de amor;

De descansardes ao meio-dia
E meditardes sobre o êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado,
E nos lábios uma canção de bem-aventurança.

Le Monde de Paris - Quinzaine Littéraire.

جبران خليل جبران - Gibran Kahlil Gibran



O pecado não existe, exceto na medida em que o criamos.
Somos nós, portanto, que devemos destruí-lo.
Se escolhermos fazer o mal, ele existirá até que o destruamos.
O bem não podemos fazê-lo, pois ele é o próprio alento do Universo;
Mas podemos escolher respirar e viver nele e com ele.

sábado, 18 de agosto de 2007

A Dor do não vivido!





Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advêm das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos
fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.

Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a
sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que
gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos,

por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os
shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter
compartilhado, e não compartilhamos.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por
todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para
conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais
profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no
amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta
que nada arrisca, e de que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a
felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.

Você não é demais...


Como tudo na vida não é perpetuo, me foi mudado o local de trabalho... com isso veio coisas boas e ruins... como tudo na vida! A ruim não vem ao caso mas as boas são que descobri verdadeiras amizades e conheci pessoas novas... novos companheiros de trabalho que estão me ajudando muito nesta adaptação ao serviço, este texto abaixo é de uma delas...O achei muito "bacana" e principalmente "interessante" pelo seu jogo de palavras...vejam ai!

Você não é demais,
Você é de menos!

Sabe porquê?
porque tudo que é demais é muito,
Tudo que é muito sobra ,
Tudo que sobra é resto,
Tudo que é resto vai pro lixo!

Então voce é de menos,
Porque tudo que é de menos é pouco,
Tudo que é pouco é raro,
Tudo que é raro é dificil de encontrar,
Assim como você!

Rita Carvalho

As Sem-Razões do Amor


Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Carlos Drummond da Andrade.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007


Retirado do Site de Aurelio Lopes.

La vie est une phrase interrompue...




Victor Hugo (1802-1885), poeta, novelista e dramaturgo francês cujas volumosas obras constituíram para um grande impulso, possivelmente o maior dado por uma obra singular, ao romantismo da França.E eu (paticuparmente) sou apaixonadissima por sua capacidade de tentar mudar a sociedade e nao de sociedade...


Voeu – VICTOR HUGO
Desejo

Si j’étais la feuille que roule
se eu fosse a folha que gira

L’aile tournoyante du vent,
a asa girando do vento,

Qui flotte sur l’eau qui s’écoule,
Que flutua na água que escorre,

Et qu’on suit de l’oeil en rêvant;
sonhando e seguindo com olhar;

Je me livrerais, fraîche encore,
Eu me libertaria ainda pura,

De la branche me détachant,
me soltando do ramo da planície,

Au zéphyr qui souffle à l’aurore,
O zéfiro que sopra na aurora

Au ruisseau qui vient du couchant.
O riacho que vem do poente

Plus loin que le fleuve, qui gronde,
mais distante do rio que ribomba,

Plus loin que les vastes forêts,
É mais distante do que as mais vastas florestas,

Plus loin que la gorge profonde,
É mais distante que a garganta profunda,

Je fuirais, je courrais, j’irais !
Eu fugirei, eu correrei, eu irei

Plus loin que l’antre de la louve,
Mais distante que o antro da loba

Plus loin que le bois des ramiers,
Mais longe que o bosque dos ramos secos

Plus loin que la plaine où l’on trouve
Mais distante da planície onde acho…

Une fontaine et trois palmiers;
Uma fonte e três palmeiras;

Par delà ces rocs qui répandent
além das rochas que se espalham

L’orage en torrent dans les blés,
A tempestade em torrente no campo de trigo,

Par delà ce lac morne, où pendent
Além deste lago morno ou pendente

Tant de buissons échevelés ;
Tanto as moitas descabeladas;

Plus loin que les terres arides
Distante das terras áridas…

Du chef maure au large ataghan,
Do chefe dos mouros do amplo ataghan

Dont le front pâle a plus de rides
cuja pálida testa tem rugas

Que la mer un jour d’ouragan.
Do mar num dia de furacão

Je franchirais comme la fleche
Eu alcançarei como uma flecha

L’étang d’Arta, mouvant miroir,
O açude d´Arta movimentando o espelho,

Et le mont dont la cime empêche
E o monte cujo o cume impede

Corinthe et Mykos de se voir.
Corintio e Mykos de se olhar.

Comme par un charme attirée,
como por um encanto atraído

Je m’arrêterais au matin
eu pararei de manhã

Sur Mykos, la ville carrée,
Sobre Mykos a vila quadrada

La ville aux coupoles d’étain.
A cidade com cúpulas de estanho

J’irais chez la fille du prêtre.
Eu irei na casa da filha do padre.

Good-bye, and Keep Cold



This saying good-bye on the edge of the dark
And cold to an orchard so young in the bark
Reminds me of all that can happen to harm
An orchard away at the end of the farm
All winter, cut off by a hill from the house.
I don't want it girdled by rabbit and mouse,
I don't want it dreamily nibbled for browse
By deer, and I don't want it budded by grouse.
(If certain it wouldn't be idle to call
I'd summon grouse, rabbit, and deer to the wall
And warn them away with a stick for a gun.)
I don't want it stirred by the heat of the sun.
(We made it secure against being, I hope,
By setting it out on a northerly slope.)
No orchard's the worse for the wintriest storm;
But one thing about it, it mustn't get warm.
"How often already you've had to be told,
Keep cold, young orchard. Good-bye and keep cold.
Dread fifty above more than fifty below."
I have to be gone for a season or so.
My business awhile is with different trees,
Less carefully nourished, less fruitful than these,
And such as is done to their wood with an axe--
Maples and birches and tamaracks.
I wish I could promise to lie in the night
And think of an orchard's arboreal plight
When slowly (and nobody comes with a light)
Its heart sinks lower under the sod.
But something has to be left to God.

Como se pode distorcer uma palavra...


Burocracia: o termo provindo do latim burrus (cor escura e triste), teria originado a palavra francesa bure, que designa um tipo de tecido posto sobre as escrivaninhas das repartições públicas, vindo dai a origem da palavra bureau, primeiro lugar definindo as mesas cobertas por este tecido e, apos designando todo o escritório. Pouco depois um ministro francês (séc-XVIII), Jean-Claude Marie Vincent (Seigneur de Gournay, 1712-1759, economista), criou o termo bureaucratie (em português burocracia), usado em sentido bem crítico e debochado, a todas as repartições públicas. Assim sua origem vem do componentes linguísticos do francês, bureau – escritório – e do grego, krátos – poder. Portanto, a palavra burocracia dá a idéia do exercício do poder por meio dos escritórios e das repartições públicas, com cargos distribuídos por poderes limitados por normas com áreas específicas onde à submissão se dá ao cargo não à pessoa que ocupa o cargo. Um sociólogo alemão, criador da sociologia da burocracia, Max Weber diz que esta tem como seus pontos fundamentais a impessoalidade, a concentração dos meios de administração, um balanceamento sobre diferenças entre efeitos sociais e econômicos. Assim com o passar dos anos e com a adaptação, esta cresceu principalmente devido ao seu lado racionalista que torna a burocracia eficiente naquilo que se propõe porem, temos como seu ponto fraco o trabalhador que dentro da empresa tem de abrir mão de seus sonhos e aspirações , a fim de seguir as normas do serviço e neste caso se anulando! Assim Weber observou que isto passou a ser a angustia do trabalhador pois, as formalidades, registros detalhados dos acontecimentos exarcebadamente, torna os trabalhadores mecanizados e tornando-os com uma grande dificuldade de adaptação a outros serviços. Weber observou também que esta forma de trabalho fez com que diminuísse as relações pessoais entre os trabalhadores e a existência de um chefe e não um líder! Os trabalhadores com isso foram se desestimulando com esse cerceamento de liberdade pois trabalhavam como que “programados” pela empresa esquecendo-se que, cada ser e único e deve ter tratamento diferencial!
Assim, esses problemas burocráticos decorreram do fato das empresas visarem o lucro mensal e não o ser Humano gerador deste!
Todo este “prelúdio”, por assim dizer, é para contar um fato que aconteceu ONTEM no Detran, (fui fazer mudança de categoria de B para AB) onde notei um ponto ou dois positivos: Ninguém é mal-tratado. Não há mau humor (pelo menos descarado!) . Porem, contudo, todavia, entretanto e todas as demais conjunções que se possa colocar... depois virou um verdadeiro caldeirão do demo! pois ficamos no mínimo 3 HORAS DE FILA para conseguir vencer a burocracia, para somente ai poder marcar o exame medico que... (diga-se de passagem!) é marcado somente pelo telefone!!!! e ainda se tem que voltar novamente, num outro dia para fazer o exame e pegar a carteira renovada... O que me vem a cabeça, que ninguém desaprende a dirigir... é igual a andar de bicicleta...porem todo mundo tem que renovar a carteira de motorista periodicamente! Pergunta? Será isso realmente necessário
Post By Bruzudunga

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

30 anos



Elvis Aaron Presley (East Tupelo, Mississippi, 8 de janeiro de 1935 — Memphis, Tennessee, 16 de agosto de 1977) foi um famoso cantor, músico, ator e dançarino norte-americano, sendo conhecido no mundo inteiro como O Rei do Rock ou Elvis The Pelvis, devido seu modo extravagante e ousada de dançar. Porem sua maior virtude era a sua voz pois segundo especialistas devido conseguia atingir, com seu alcance vocal, notas musicais de difícil alcance para um cantor popular. Com o tempo a crítica especializada reconheceu seu expressivo ganho, em extensão, com a maturidade; além de virtuoso senso rítmico, força interpretativa e um timbre de voz que o destacava entre os cantores populares, sendo avaliado como um dos maiores e por outros como o melhor cantor popular do século 20. Com sua morte Elvis tornou-se um dos maiores ícones da cultura popular mundial durante todo o século XX. Isso tudo sem ter uma UNICA vez saído dos Estados Unidos.
Mas tem aqueles que dizem que ele nao morreu "apenas voltou ao seu planeta natal" MIB. rsrsrs

Duat of Snow





The way a crow
Shook down on me
The dust of snow
From a hemlock tree

Has given my heart
A change of mood
And saved some part
Of a day I had rued.

Quem nao o conhece precisa conhecer, quem o conhece dispensa apresentacoes mas aqui vai um pouco de sua vida. A produção literária de Frost é variada e abundante. Sua poesia inclui sonetos, poemas em forma de diálogo, poemas curtos, poemas longos e pecas teatrais.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

"Em trilha de paca, tatu caminha dentro"



Na Internet, pululam textículos meus que não são meus.
Hoje não tem estilo, não tem capricho, não tem figuras de retórica; nada de metáforas, metonímias, catacreses ou aliterações chiques como : “Rara, rubra, risonha, régia rosa!” ou “Na messe, que enlourece, estremece a quermesse”.
Hoje vai tudo em bruto, em rascunho, porque descobri na Internet que sou uma besta quadrada mesmo (dirão meus inimigos: “Finalmente, ele se encontrou...”). Eu tenho traçado mal traçadas linhas há treze anos (gente...eu escrevo em jornal desde 1991!...) numa media de 60 artigos por ano, o que totalizaria 780 artigos caprichados, e descubro aterrado na Internet que sou um animal, um forte asno. Explico por quê.
Ando pela rua e as pessoas me abordam: “Adorei o seu artigo que está circulando na Internet! Maior sucesso!” Pergunto, já com medo: “Que artigo?” “Esse texto genial que você escreveu e que todo mundo me mandou. Chama-se “Bunda Dura”.
Imediatamente, sinto-me irreal: “Eu sou eu, ou sou outro?” Por um instante, penso que tenham re-nomeado algo que escrevi, mas respondo: “Não fui eu quem escreveu esse texto!” Digo isso envergonhado e vagamente agressivo para a pessoa, que logo replica: “Puxa!...mas o texto é ótimo, adorei o “Bunda Dura”! Aí, não agüento e digo: “ Você acha que eu ia escrever uma bosta dessas?” Aí, o admirador do texto apócrifo, o fã de um jabor virtual se encolhe meio ofendido, flagrado em sua desinformação: “Mas...tem coisas legais...” E eu , implacável: “É uma bosta!” Aí, o sujeito sai sorrindo amarelo e vira meu inimigo para sempre.
Vejam o efeito da burrice “serial”: um burro me falsifica, um outro gosta e quem paga o pato sou eu. E fico mais invocado ainda porque capricho muito quando escrevo nos jornais, vocês nem imaginam. Considero o jornal um suporte genial, pois somos lidos por milhares toda semana e podemos falar do mundo ainda quente, sem a busca por transcendências perdidas, tanto assim que se eu fizer um romance ou um poema épico em 11 cantos, tentarei escrever com a simplicidade leve que busco em meus pobres artigos. Mas, o que realmente me encafifa é ver um clandestino simulando o que eu tenho de pior e também porque sou amado pelo que não sou.
Esse texto da “Bunda Dura” está famoso. Toda hora alguém me elogia. Há trechos assim:
“Tenho horror à mulher perfeitinha. Sabe aquele tipo que faz escova toda manha, tá sempre na moda e é tão sorridente que parece propaganda de clareamento dentário?”.
E, só pra piorar: tem a bunda dura!!! Mulheres assim são um porre. Pior: são brochantes!”
Aí, a admiradora de bunda caída repete, feliz: “Adorei!”.
A primeira vez que saiu um troço desses (vou escrever de qualquer jeito...) eu encuquei, fiquei na maior bronca e esculachei o carinha que “me tinha metido nessa canastrice” (sacaram os cacófatos?) , pois o dito texto esculhambava a linda amiga Adriane Galisteu. Companheiro leitor, (serei chulo) tu num sabe o bode que essa parada deu, porque o elemento apocrifador era um coleguinha jornalista que publicara aquilo num outro jornal, que eu não sabia. Caí de pau no cara e isso me meteu num “cu-de-boi” chato pra cacete e tive de escrever outro artigo para me explicar para a Adriane.
Outros textículos rolam na Internet. Chega a menina sorrindo pra mim: “Rapaz...finalmente alguém diz a verdade sobre as mulheres na Internet! Mandei isso pra mil amigas, principalmente naquela parte que você diz: “Elas são tão cheirosinhas... elas fazem biquinho e deitam no teu ombro...” “Não escrevi isso...”, respondo. “Não seja modesto! É a melhor coisa que já fez!... Olha só essa parte em que você diz: “Elas têm horror de qualquer carninha saindo da calça de cintura tão baixa que o cós acaba!”...
“Eu jamais escreveria ‘cós acaba!’” “Nem vem... é teu melhor texto...” - e vai embora rebolando feliz...
E não publicam só textos safadinhos, mas até coisas épicas, como uma esplendorosa “Ode aos Gaúchos” que eu teria escrito, o que já me valeu abraços apertados de machos bigodudos em Porto Alegre, quebrando-me os ossos: “Tchê, tua escritura estava macanuda , tri-legal!” Eu nego ter escrito aquele ditirambo meio farroupilha aos bigodudos, mas nego num tom vago, para não ser esculachado: “Tu não escreveste? Então tu não amas nossas “prendas” lindas, e negas ter escrito aquele pedaço em que tu dizes “que a gente já nasce montado num bagual”? Aquilo fez meu pai chorar, e o pedaço em que falas que “por baixo do poncho também bate um coração?” Tu tá tirando o cu da reta, tchê?”- e me aponta o dedo, de bombachas e faca de prata. “Não fui eu não, mas...viva o Olívio Dutra!...”
E há mais. Um deles é sobre “Amores mal Resolvidos” onde acho frases profundas como “Você sabe, o amor acaba.” Ou “dor de cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote”...E há um outro chamado “Crônica do Amor Louco”, onde leio “pálido de espanto”: “O amor não é chegado em fazer contas..” ou “quando a mão dele toca tua nuca, tu derretes feito manteiga” ou “Ah...o amor, essa raposa...”
Sei que outros escritos fantasmas virão, mas saibam que sé existo mesmo nas paginas dos jornais onde tenho coluna pelo país afora e que a Internet é um deserto virtual, sem chão, onde as individualidades se dissolvem e eu viro um nome sem corpo...
Por isso, vou dar um conselho aos meus “ghost-writers”: Sejam vocês mesmos! Apareçam na Internet, “bloguem-se”, “orkustem-se”, “spamem” suas almas líricas, sem receio ou pudor. Lembrando-me daquele japonês chamado Aki Sujiro, eu aqui sugiro alguns teminhas, para vocês glosarem.
Aqui vão: “Tudo sobre minha mãe” , como no filme do Almodóvar, ou “Confissões de um menino no porão ou o dia em que dei num troca-troca”, ou até um texto de cunho mais folclórico e regional: “Em trilha de paca, tatu caminha dentro?”
Não temam, rapazes, não se escondam - expressem-se!

Arnaldo Jabor