domingo, 30 de novembro de 2008

Concerto para corpo e alma


Compreendi, então,
que a vida não é uma sonata que,
para realizar a sua beleza,
tem de ser tocada até o fim.
Dei-me conta, ao contrario,
de que a vida e um álbum de missionatas.
cada momento de beleza vivido e amado,
por efêmero que seja, é uma experiência completa
que esta destinada `a eternidade.
Um único momento de beleza
e amor justifica a vida inteira.

sábado, 29 de novembro de 2008

A história... e a moral

Um coelhinho felpudo estava fazendo suas necessidades matinais quando olha para o lado, e vê um enorme urso fazendo o mesmo. O urso se vira para ele e diz:
- Hei, coelhinho, você solta pêlos? O coelhinho, vaidoso e indignado, respondeu:
- De jeito nenhum, venho de uma linhagem muito boa,meu pelo é firme,macio e sedoso...
Então o urso pegou o coelhinho e disse:
- ótimo, era tudo que eu queria e ... se limpou com ele.

MORAL DA HISTÓRIA:
CUIDADO COM AS RESPOSTAS PRECIPITADAS E SOBERBAS; PENSE BEM NAS POSSÍVEIS CONSEQUÊNCIAS ANTES DE RESPONDER!

Continuação:
No dia seguinte, o leão, ao passar pelo urso diz:
- Aí, hein, seu urso! Com toda essa pinta de bravo, fortão, bombado! Te vi ontem, dando o rabo para um coelhinho felpudo. Já contei pra todo mundo!!!

MORAL DA MORAL:
VOCÊ PODE ATÉ SACANEAR ALGUÉM, MAS LEMBRE-SE QUE SEMPRE EXISTIRÁ ALGUÉM. AINDA MAIS FDP QUE VOCÊ!



Moral do Quadrinho: não beije um sapo... nem sempre ele é um príncipe...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

em portugues.....


Se vai tentar
siga em frente.

Senão, nem começe!
Isso pode significar perder namoradas
esposas, família, trabalho...e talvez a cabeça.

Pode significar ficar sem comer por dias,
Pode significar congelar em um parque,
Pode significar cadeia,
Pode significar caçoadas, desolação...

A desolação é o presente
O resto é uma prova de sua paciência,
do quanto realmente quis fazer
E farei, apesar do menosprezo
E será melhor que qualquer coisa que possa imaginar.

Se vai tentar,
Vá em frente.
Não há outro sentimento como este
Ficará sozinho com os Deuses
E as noites serão quentes
Levará a vida com um sorriso perfeito
É a única coisa que vale a pena.


Animacao muito legal...

quinta-feira, 27 de novembro de 2008


Há quem diga que todas as noites são de sonhos...
Mas há também quem diga que nem todas...
Só as de verão...
Mas no fundo isso não tem muita importância...
O que interessa mesmo não são as noites em si...
Mas sim os sonhos...
Sonhos que o homem sonha sempre...
Em todos os lugares, em todas as épocas do ano...
Dormindo ou acordado...”

Somos responsáveis por
Aquilo que fazemos, o
que não fazemos e o
que impedimos de fazer.

Albert Camus

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Felicidade


Dormir na rede
Dirigir sem rumo
Ter amigos
jogar futebel
Cantar
Ter paz
Liberdade
Ver filmes
Ouvir musica
Nadar no rio
Ter sede
Tomar cerveja
ser elogiado
Sentir teu cheiro
Te ver feliz.

Davi L. Gallas

Desobediência: Virtude Original do Homem


Pode-se até admitir que os pobres tenham virtudes, mas elas devem ser lamentadas. Muitas vezes ouvimos que os pobres são gratos à caridade. Alguns o são, sem dúvida, mas os melhores entre eles jamais o serão. São ingratos, descontentes, desobedientes e rebeldes - e têm razão. Consideram que a caridade é uma forma inadequada e ridícula de restituição parcial, uma esmola, geralmente acompanhada de uma tentativa impertinente, por parte do doador, de tiranizar a vida de quem a recebe. Por que deveriam sentir gratidão pelas migalhas que caem da mesa dos ricos? Eles deveriam estar sentados nela e agora começam a percebê-lo. Quanto ao descontentamento, qualquer homem que não se sentisse descontente com o péssimo ambiente e o baixo nível de vida que lhe são reservados seria realmente muito estúpido.

Qualquer pessoa que tenha lido a história da humanidade aprendeu que a desobediência é a virtude original do homem. O progresso é uma conseqüência da desobediência e da rebelião. Muitas vezes elogiamos os pobres por serem econômicos. Mas recomendar aos pobres que poupem é algo grotesco e insultante. Seria como aconselhar um homem que está morrendo de fome a comer menos; um trabalhador urbano ou rural que poupasse seria totalmente imoral. Nenhum homem deveria estar sempre pronto a mostrar que consegue viver como um animal mal alimentado. Deveria recusar-se a viver assim, roubar ou fazer greve - o que para muitos é uma forma de roubo.

Quanto à mendicância, é muito mais seguro mendigar do que roubar, mas é melhor roubar do que mendigar. Não! Um pobre que é ingrato, descontente, rebelde e que se recusa a poupar terá, provavelmente, uma verdadeira personalidade e uma grande riqueza interior. De qualquer forma, ele representará uma saudável forma de protesto. Quanto aos pobres virtuosos, devemos ter pena deles mas jamais admirá-los. Eles entraram num acordo particular com o inimigo e venderam os seus direitos por um preço muito baixo. Devem ser também extraordinariamente estúpidos. Posso entender um homem que aceita as leis que protegem a propriedade privada e admita que ela seja acumulada enquanto for capaz de realizar alguma forma de atividade intelectual sob tais condições. Mas não consigo entender como alguém que tem uma vida medonha graças a essas leis possa ainda concordar com a sua continuidade.

Entretanto, a explicação não é difícil, pelo contrário. A miséria e a pobreza são de tal modo degradantes e exercem um efeito tão paralisante sobre a natureza humana que nenhuma classe consegue realmente ter consciência do seu próprio sofrimento. É preciso que outras pessoas venham apontá-lo e mesmo assim muitas vezes não acreditam nelas. O que os patrões dizem sobre os agitadores é totalmente verdadeiro. Os agitadores são um bando de pessoas intrometidas que se infiltram num determinado segmento da comunidade totalmente satisfeito com a situação em que vivem e semeiam o descontentamento nele. É por isso que os agitadores são necessários. Sem eles, em nosso estado imperfeito, a civilização não avançaria. A abolição da escravatura na América não foi uma conseqüência da ação direta dos escravos nem uma expressão do seu desejo de liberdade. A escravidão foi abolida graças a conduta totalmente ilegal de agitadores vindos de Boston e de outros lugares, que não eram escravos, não tinham escravos nem qualquer relação direta com o problema. Foram eles, sem dúvida, que começaram tudo. É curioso lembrar que dos próprios escravos eles recebiam pouquíssima ajuda material e quase nenhuma solidariedade. E quando a guerra terminou e os escravos descobriram que estavam livres, tão livres que podiam até morrer de fome livremente, muitos lamentaram amargamente a nova situação. Para o pensador, o fato mais trágico da revolução francesa não foi o de que Maria Antonieta tenha sido morta por ser rainha, mas que os camponeses famintos da Vendée tivessem concordado em morrer defendendo a causa do feudalismo.





Extraído da Obra "A Alma do Homem Sob o Socialismo", de 1891

terça-feira, 25 de novembro de 2008

O Oceano




Rola, Oceano profundo e azul sombrio, rola!
Caminham dez mil frotas sobre ti, em vão;
de ruínas o homem marca a terra, mas se evola
na praia o seu domínio. Na úmida extensão
só tu causas naufrágios; não, da destruição
feita pelo homem sombra alguma se mantém,
exceto se, gota de chuva, ele também
se afunda a borbulhar com seu gemido,
sem féretro, sem túmulo, desconhecido.

Do passo do há traços em teus caminhos,
nem são presa teus campos. Ergues-te e o sacodes
de ti; desprezas os poderes tão mesquinhos
que usa para assolar a terra, já que podes
de teu seio atirá-lo aos céus; assim o lanças
tremendo uivando em teus borrifos escarninhos
rumo a seus deuses - nos quais firma as esperanças
de achar um portou angra próxima, talvez -
e o devolves á terra: - jaza aí, de vez.

Os armamentos que fulminam as muralhas
das cidades de pedra - e tremem as nações
ante eles, como os reis em suas capitais - ,
os leviatãs de roble, cujas proporções
levam o seu criador de barro a se apontar
como Senhor do Oceano e árbitro das batalhas,
fundem-se todos nessas ondas tão fatais
para a orgulhosa Armada ou para Trafalgar.

Tuas bordas são reinos, mas o tempo os traga:
Grécia, Roma, Catargo, Assíria, onde é que estão?
Quando outrora eram livres tu as devastavas,
e tiranos copiaram-te, a partir de então;
manda o estrangeiro em praias rudes ou escravas;
reinos secaram-se em desertos, nesse espaço,
mas tu não mudas, salvo no florear da vaga;
em tua fronte azul o tempo não põe traço;
como és agora, viu-te a aurora da criação.

Tu, espelho glorioso, onde no temporal
reflete sua imagem Deus onipotente;
calmo ou convulso, quando há brisa ou vendaval,
quer a gelar o polo, quer em cima ardente
a ondear sombrio, - tu és sublime e sem final,
cópia da eternidade, trono do Invisível;
os monstros dos abismos nascem do teu lodo;
insondável, sozinho avanças, és terrível.

Amei-te, Oceano! Em meus folguedos juvenis
ir levado em teu peito, como tua espuma,
era um prazer; desde meus tempos infantis
divertir-me com as ondas dava-me alegria;
quando, porém, ao refrescar-se o mar, alguma
de tuas vagas de causar pavor se erguia,
sendo eu teu filho esse pavor me seduzia
e era agradável: nessas ondas eu confiava
e, como agora, a tua juba eu alisava.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008


Nao importa mais
o porque -
comemoraremos tudo.
Enquanto tivermos
memoria e quando
nao mais a tivermos.
Comemoraremos
o riso e o choro,
o longe e o perto,
o velho e o novo.
Nada mais importa,
alem das cancoes
que temos
dentro de nos.

Virginia Maria Goncalves de Almeida

domingo, 23 de novembro de 2008

Frases soltas...


Dize-me do que te Gabas
e dir-te-ei do que careces.
Freud

Palavras são só palavras
os atos que fluirão delas
e que são elas.

Carolina de A. Andrade

A metade de nossos erros na vida
vem do fato de que sentimos quando
Deveríamos pensar e pensamos
quando deveríamos sentir.

Lhurton Collins

Aceite o que a vida pinta
Relaxe, reflita, questione
e Sinta.

Palmira Heine

sábado, 22 de novembro de 2008


Que fique muito
mal explicado

Nao faco forca
Para ser entendido

Quem faz sentido
E soldado.

Carlos Moreira.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Da observação




Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio...

(in Espelho Mágico)

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Tu Me Chamas




Em momentos de delícia,
Extática, embevecida,
Numa voz, toda carícia,
Tu me chamas: "Minha vida!"

Sentira, à frase tão doce,
Exultar-me o coração,
Se a nossa existência fosse
De perpétua duração.

Levam-nos esses momentos
Ao fim comum dos mortais.
Ou não saiam tais acentos
Dos lábios teus nunca mais,

Ou, mudando a frase terna,
"Minha alma", podes dizer.
Pois a alma não morre; eterna
Qual meu amor, há de ser.

Esta Canção, foi parodiada do português por Lord Byron e sua tradução foi de João Cardoso de Menezes e Souza (Barão de Paranapiacaba).

quarta-feira, 19 de novembro de 2008



"Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. O romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu."

terça-feira, 18 de novembro de 2008

ENVELHECER



Entre pela velhice com cuidado,
pé ante pé, sem provocar rumores
que despertem lembranças do passado,
sonhos de glória e de ilusões de amores.

Do que houveres no teu pomar plantado,
apanha os frutos e recolhe as flores,
mas lavra ainda e cuida o teu eirado -
outros virão colher quando te fores.

Não faças da velhice enfermidade,
alimenta no espírito a saúde,
luta contra as tibiezas da vontade.

Que a neve caia, que o ardor não mude,
mantém-te jovem, não importa a idade :
tem cada idade a sua juventude...


MANUEL BASTOS TIGRE

IMAGEM: ROSINHA DOS LIMOES

segunda-feira, 17 de novembro de 2008


Perdoar não significa esquecer as marcas profundas que nos deixaram, ou mesmo fechar os olhos para a maldade alheia. Perdoar é desenvolver um sentimento profundo de compreensão, por saber que nós e os outros ainda estamos distantes de agir corretamente. Por não estarmos, momentaneamente, em completo contato com a intimidade de nossa criação divina, é que todos nós temos, em várias ocasiões, gestos de irreflexão e ações inadequadas.Hammed

ME PERDOA, POR TER TE DEIXADO SO NUMA LUTA QUE ERA MINHA,
ME PERDOA, POR NAO TER LUTADO POR TI,
ME PERDOA, POR TER TE MACHUCADO TANTO,
ME PERDOA, POR TER ESTADO LONGE QUANDO PERCISASTES DE MIM,
PERDOA MINHA FRAQUEZA, MINHA IGNORANCIA, MINHA INSENSATEZ, MINHA TEIMOSIA...
TEIMOSIA ESTA QUE INSISTI E PRESISTE EM NAO DEIXAR DE TE AMAR...

domingo, 16 de novembro de 2008

À deriva



Há uma porta que eu poderia abrir
Talvez assim meus passos levassem
O silêncio que tanto me revela
E eu me despiria dos excessos
Dos gestos que ardem as mãos
Cansa-me esta leitura hipotética
Que insistem em fazer de mim
Como se essa suposta serenidade
Fosse prêmio e não tortura
Desconhecem em mim, os clamores
O açoite da renitente procura
O peso da invisível mordaça
O fugir dos olhares a caminho algum...

sábado, 15 de novembro de 2008

Poemas do Irremediavel (XXVIII)


Não só duas vezes,

muito mais é certo

eu fui enganado.



Ausência de voz,

ausência de gesto

do ser esperado...



Nenhum desespero

marcou minha face,

diante do fado.



Sozinho ficava

aparentemente

frio, inalterado.



Sem ter companhia

eu me libertava

de todo pecado.



Podia, sem susto,

olhar para dentro,

livre, despojado,



sem remorsos, sem

o arrependimento

do ato realizado...

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Meu Tempo Que É Teu


A brisa da tua lembrança
Acaricia os meus olhares
Não são os olhos do passado
Nem uma indecisa nostalgia
Que te guardam e sabem de ti
É no agora que te desconhece
E que ignora o som da tua voz
Ou o teu sorriso em meus lábios
Que sempre estás e permaneces
Nem a solitude, nem as mãos vazias
Tampouco o cansaço do tempo
Ou a lucidez e precisão dos relógios
Consumindo todos os minutos
Que não sabem da minha espera
Levam-te do brilho dos meus olhos
Ignoto tempo que corre para a eternidade
Desconhecendo que é em meu coração
Que ela habita desde o dia
Em que acordaste em meus olhos...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Os Versos Que Te Dou


Ouve estes versos que te dou,
eu os fiz
Hoje que sinto o coração contente
- enquanto o teu amor for meu
somente,
eu farei versos... e serei feliz...

E hei de fazê-los pela vida afora
Versos de sonho e amor,
e hei depois relembrar o passado
de nós dois...
- ... esse passado que começa agora...

Estes versos repletos de ternura
São versos meus,
mas que são teus também
Sozinha, hás de escutá-los
sem ninguém que possa
perturbar nossa aventura...

Quando o tempo
branquear os teus cabelos
Hás de um dia, mais tarde,
revivê-los
Nas lembranças que a vida
não desfez...
E ao lê-los...
Com saudade em tua dor...
Hás de rever, chorando,
o nosso amor
Hás de lembrar, também,
de quem os fez...

Se nesse tempo, eu já tiver partido,
e outros versos quiseres,
teu pedido deixa ao lado da cruz
para aonde eu vou...

Quando lá, novamente,
então tu fores,
podes colher do chão
todas as flores
pois são versos de amor
que ainda te dou!


J.G. de Araújo Jorge

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

liberdade


Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Lira Romantiquinha


Por que me trancas o rosto e o sorriso e assim me arrancas
do paraíso?
Por que não queres deixando o alarme (ai, Deus: mulheres) acarinhar-me?
Por que cultivas as sem perfume e agressivas flores do
ciúme? Acaso ignoras que te amo tanto, todas as horas,
já nem sei quanto?
Visto que em suma é todo teu, de mais ninguém, o peito meu?
Anjo sem fé nas minhas juras porque é que me angustias?
Minh'alma chove frio e tristinho, não te comove este versinho?

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Trecho de Livro... A ilha do dia Anterior



O Amor não Existe sem Ciúme....
Se o ciúme nasce do intenso amor, quem não sente ciúmes pela amada não é amante, ou ama de coração ligeiro, de modo que se sabe de amantes os quais, temendo que o seu amor se atenue, o alimentam procurando a todo o custo razões de ciúme.
Portanto o ciumento (que porém quer ou queria a amada casta e fiel) não quer nem pode pensá-la senão como digna de ciúme, e portanto culpada de traição, atiçando assim no sofrimento presente o prazer do amor ausente. Até porque pensar em nós que possuímos a amada longe - bem sabendo que não é verdade - não nos pode tornar tão vico o pensamento dela, do seu calor, dos seus rubores, do seu perfume, como o pensar que desses mesmos dons esteja afinal a gozar um Outro: enquanto da nossa ausência estamos seguros, da presença daquele inimigo estamos, se não certos, pelo menos não necessariamente inseguros. O contacto amoroso, que o ciumento imagina, é o único modo em que pode representar-se com verosimilhança um conúbio de outrem que, se não indubitável, é pelo menos possível, enquanto o seu próprio é impossível.
Assim o ciumento não é capaz, nem tem vontade, de imaginar o oposto do que teme, aliás só pode obter o prazer ampliando a sua própria dor, e sofrer pelo ampliado prazer de que se sabe excluído. Os prazeres do amor são males que se fazem desejar, onde coincidem a doçura e o martírio, e o amor é involuntária insânia, paraíso infernal e inferno celeste - em resumo, concórdia de ambicionados contrários, riso doloroso e friável diamante.

Umberto Eco

um trecho `a quem interessar possa...

sábado, 8 de novembro de 2008

Poemas do Irremediavel (XXVI)


Vieste com a noite, e a mesma manhã te levou.

Tinha pés de sombra quando chegaste:

só um pássaro violou o ar de que partiste.



Entre a chegada e o adeus havia luz:

a cintilação fria das estrelas,

o quase fulgor do nascer do dia.



Vieste com a noite e a manhã te levou,

criamos um mundo como deuses:

mas o real que foi assim construído,

tomou diante dos olhos surpresos,

novas formas, tentou pela desordem

da emoção, a inconsciência do perfeito.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008


Esse amor não era para ter acontecido
Esta carta não era para ter sido escrita
Mas na vida tem tanta coisa que não deveria ter acontecido
Inclusive este olhar que nós trocamos
E que nos deixou tantas marcas e cicatrizes
Que podem trazer tantas complicações
Estas mãos que não podiam ter se tocado
Mas cuja intensa energia foi trocada
Criando um elo profundo e proibido
De um amor que não se vê no resto do mundo
Andas só em tuas companhias
Apenas nossos olhos se entrelaçam
Apenas os sorrisos trocados
Como presentes entre colonizadores e índios
Eu vou te propor um amor sem toque
Sem qualquer contato físico
Logo este que tanto me incandesce
Mas sigo sem poder tocar-te a pele
Nem completar minha própria alegria
Apenas vendo você caminhar ao lado
Mas sem que sejas minha
Eu espero que teu toque e tua presença
Permaneçam mesmo após a tua ausência
E temo todos os temores do planeta
Que seja isto o que aconteça
Que tu sigas teu caminho, sozinha
Mas já que eu preciso respirar
Já que eu preciso ficar vivo
Por favor, finge que eu existo
Aceita que ninguém jamais vai te amar como te amo
Nem te desejar como te desejo
Teu sorriso me ilumina
Teu olhar me aquece
Eu poderia me alimentar por seis meses
Apenas com o ar que sai do teu peito
E quando te vejo, de repente e sem explicação
Me bate uma fé maior no meu destino
Uma certa sensação de que tudo faz sentido
E por tal razão é que te digo:
fica comigo (pelo menos neste instante)
Esquece tudo que te prende
E permanece exatamente assim
Ao alcance dos meus braços
E sujeita a meus sorrisos
Eu te amo tudo que eu poderia
Deixa eu cuidar de teus cabelos
Velar teu sono, zelar por teus seios
Acompanhar os teus suspiros
Por favor, finge que eu existo
Desiste de tudo e fica comigo
Eu te prometo esperar teu riso
Arrancar de teu peito emoções
Que pensavas estarem de todo já perdidas
Eu tirarei de teu coração a emoção mais profunda
E plantarei flores, rosas e acácias
Em cada parte do teu corpo
E tu sorrirás ao te olhares no espelho
Verás como um novo amor é lindo
Perceberás como eu te quero
E ficarás comigo
Por favor, finge que eu existo ...



Obrigado pelo poema Zé...
Ele é realmente muito lindo...
obrigado pelas palavras...

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008


Quero Ter Teus Lábios, Tocando, Buscando, Sugando, Devorando,

Os Lábios Meus.

Tua Boca Na Minha,

Meu Corpo No Teu,

Tua Mão Em Mim

Meu Ser Em Ti.

Te Buscando, Te Amando

Te Sugando, Te Devorando

Nas Profundezas Da Alma

Todo Gozo Pela Calma.

De Um Vulcão Em Erupção

Que Explode Bombas De Desejo

Em Meu Corpo Por Tesão

terça-feira, 4 de novembro de 2008


De quando estive louco ainda conservo...
um plano detalhado do inferno,
um céu com piranhas e goteiras,
um prontuário na delegacia,
um frasco com pílulas de cores,
a carta com a qual te despedias,
remédios vários contra o mal de amores.

Serrat

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Poemas do Irremediavel (X)


A mesma pele morena,

a mesma voz fluvial

o mesmo gesto ao falar,

o mesmo andar musical...



O mesmo gosto no beijo,

a mesma ânsia nos passos,

o mesmo bosque na face,

a mesma paz nos abraços.



As mesmas vagas desculpas,

as mesmas verdades puras,

as mesmas raras mentiras,

as mesmas claras loucuras.



A mesma infância ao dormir,

o mesmo ser se escondendo,

o mesmo rosto em meu peito,

a mesma aurora acendendo.



O mesmo corpo em meu corpo,

a mesma amarga doçura.

As mesmas mãos me tocando,

o mesmo cais de ternura.



O mesmo campo de mágoas,

a mesma grande ventura,

a mesma frescura d´água,

o mesmo calor de pão.

Imagem: Norbert Guthier

domingo, 2 de novembro de 2008


Busquei no horizonte uma forma nova de ser feliz ....
Nada achei !!! Busquei na meia-noite uma maneira suave de sonhar ...
Não adormeci !!! Busquei então, onde a razão não pode alcançar, fui dentro de mim, bem profundo
E quase sem querer te descobri por entre letras mágicas e risos escondidos ...
Te achei. TE ACHEI E ME DESCOBRI, DESCOBRI A PAZ, A RAZAO DE VIVER, A FELICIDADE...