segunda-feira, 31 de agosto de 2009

domingo, 30 de agosto de 2009


Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel de paixões, que me arrastava.
Ah! Cego eu cria, ah! mísero eu sonhava
Em mim quase imortal a essência humana.

De que inúmeros sóis a mente ufana
Existência falaz me não dourava!
Mas eis sucumbe a Natureza escrava
Ao mal, que a vida em sua origem dana.

Prazeres, sócios meus e meus tiranos!
Esta alma, que sedenta em si não coube,
No abismo vos sumio dos desenganos.

Deos, oh Deos!... Quando a morte a luz me roube,
Ganhe num momento o que perderam anos,
Saiba morrer o que viver não soube.

sábado, 29 de agosto de 2009

Homo Infimus



Homem, carne sem luz, criatura cega,
Realidade geográfica infeliz,
O Universo calado te renega
E a tua própria boca te maldiz!

O nôumeno e o fenômeno, o alfa e o omega
Amarguram-te. Hebdômadas hostis
Passam... Teu coração se desagrega,
Sangram-te os olhos, e, entretanto, ris!

Fruto injustificável dentre os frutos,
Montão de estercorária argila preta,
Excrescência de terra singular.

Deixa a tua alegria aos seres brutos,
Porque, na superfície do planeta,
Tu só tens um direito: - o de chorar!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009


Ouve os versos que te dou. Eu os fiz hoje
Que sinto o coração contente
E enquanto o teu amor for meu somente
Eu farei versos e serei feliz

E hei de fazê-los pela vida a fora
Versos de sonho e romance, e hei de, depois,
Relembrar o passado de nós dois...
Esse passado que começa agora.

Quando o tempo branquear os teus cabelos,
Tu, um dia, mais tarde, hás de relê-los
Co’as memórias que a vida já desfez

E então, tu, sozinho, em tua dor,
Hás de lembrar chorando o nosso amor,
E hás de lembrar também de quem os fez

Se nesse tempo eu já tiver partido
E outros versos quiseres, teu pedido
Deixa ao lado da cruz para onde eu for

E quando lá novamente então tu fores,
Podes colher no chão todas as flores
Pois são versos de amor que ainda te dou

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

In Extremis



Nunca morrer assim! Nunca morrer num dia
Assim! de um sol assim!
Tu, desgrenhada e fria,
Fria! postos nos meus os teus olhos molhados,
E apertando nos teus os meus dedos gelados...


E um dia assim! de um sol assim! E assim a esfera
Toda azul, no esplendor do fim da primavera!
Asas, tontas de luz, cortando o firmamento!
Ninhos cantando! Em flor a terra toda! O vento
Despencando os rosais, sacudindo o arvoredo...


E, aqui dentro, o silêncio... E este espanto! e este medo!
Nós dois... e, entre nós dois, implacável e forte,
A arredar-me de ti, cada vez mais, a morte...


Eu, com o frio a crescer no coração, - tão cheio
De ti, até no horror do derradeiro anseio!
Tu, vendo retorcer-se amarguradamente,
A boca que beijava a tua boca ardente,
A boca que foi tua!


E eu morrendo! e eu morrendo
Vendo-te, e vendo o sol, e vendo o céu, e vendo
Tão bela palpitar nos teus olhos, querida,
A delicia da vida! a delícia da vida!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

MEU NIRVANA



No alheamento da obscura forma humana,

De que, pensando, me desencarcero,

Foi que eu, num grito de emoção, sincero

Encontrei, afinal, o meu Nirvana!


Nessa manumissão schopenhauereana,

Onde a Vida do humano aspecto fero

Se desarraiga, eu, feito força, impero

Na imanência da Idéia Soberana!


Destruída a sensação que oriunda fora

Do tato - ínfima antena aferidora

Destas tegumentárias mãos plebéias -


Gozo o prazer, que os anos não carcomem,

De haver trocado a minha forma de homem

Pela imortalidade das Idéias!

In: Eu e outras poesias.

terça-feira, 25 de agosto de 2009


Enquanto isso, no rodízio...

- Estômago: - Cara, manera aê com o que vai comer. Essa semana foi foda. Manda uns vegetais pra dentro, porque as coisas no intestino estão feias.

Primeiro prato (800g): Arroz, feijoada, cupim, picanha, coração de galinha e tomate.

- Estômago: - Tá de sacanagem, né? Duas rodelas de tomate? E essas carnes mal-passadas? Pelo menos mastiga direito essa porra.

Segundo prato (550g): Arroz, costela, picanha, alcatra e salada de maionese.

- Estômago: - Chega de carne, cara, não cabe mais nada aqui. Lembra daquela úlcera? Tá faltando pouco pra cicatriz abrir. Tu quer fuder com tudo, né ? Manda um pouco de água.

Bebida: Coca-Cola 600ml

- Estômago: - Seu imbecil, eu falei um pouco de água.
- Eu: - Ué, Coca-Cola tem água. E ainda ajuda a dissolver a carne.
- Estômago: - Coca-cola tem o inferno dentro, porra. Tá fudendo aqui com o suco-gástrico.
- Esposa: - Amor, com quem você tá falando?
- Eu: - Nada, não, tô pensando alto.

Sobremesa: 300g de pudim.

- Estômago: - Eita porra, cabe mais não. Tá ouvindo?
- Intestino: - O que tá acontecendo aí em cima? Que zona é essa?
- Estômago: - O cara tá empurrando comida. Agora veio pudim pra dentro. Não sei mais o que fazer.
- Intestino: - Vamos mandar direto.
- Estômago: - O quê?
- Intestino: - É isso aí, operação descarga.
- Estômago: - Cara, o cérebro não vai gostar.
- Intestino: - Foda-se o cérebro, ele nunca veio aqui em baixo pra saber como são as coisas.
- Estômago: - Vamos dar mais uma chance pra ele. Eu acho que ele não vai mais...

Bebida 2: Cafezinho.

Estômago - Filho de uma puta. Vou explodir.
Intestino - Operação descarga iniciando. Anda, libera o canal do duodeno que eu já tô conversando com o esfíncter.
Coração - Que que tá havendo aí embaixo? A adrenalina tá aumentando muito.
Intestino - Operação descarga.
Coração - Quem autorizou isso? O cérebro não me mandou nada.
Estômago - Foda-se aquela geléia! Nem músculo tem.
Intestino - É isso aê, foda-se essa géleia inútil. Vinte segundos pra abrir o esfíncter anal. Quero ver o ânus arder com esse suco gástrico.

Esposa - Amor, você tá passando bem? Tá suando todo, aonde você vai?
Eu - Preciso ir ao banheiro, urgente. Paga a conta e me espera no carro.
Esposa - O que você comeu?
Eu - Não sei. Acho que foi o tomate.

domingo, 23 de agosto de 2009

inevItabLe...


Si es cuestión de confesar
no sé preparar café
y no entiendo de fútbol
creo que alguna vez fuí infiel
juego mal hasta el parqués
y jamás uso reloj
y para ser más franca nadie
piensa en ti como lo hago yo
aunque te dé lo mismo
si es cuestión de confesar
nunca duermo antes de diez
ni me baño los domingos
la verdad es que también
lloro una vez al mes
sobre todo cuando hay frío
conmigo nada es fácil
ya debes saber
me conoces bien
y sin ti todo es tan aburrido

el cielo está cansado ya de ver
la lluvia caer
y cada día que pasa es uno más
parecido a ayer
no encuentro forma a alguna de
olvidarte porque
seguir amándote es inevitable
siempre supe que es mejor
cuando hay que hablar de dos
empezar por uno mismo
ya sabrás la situación
aquí todo está peor
pero al menos aún respiro
no tienes que decirlo
no vas a volver
te conozco bien
ya buscaré qué hacer conmigo

siempre supe que es mejor
cuando hay que hablar de dos
empezar por uno mismo

I guess it's time to confess,
I don't know how to make coffee,
and I just don't get football.
I must have been unfaithful once,
I cannot even win at dice,
and I never wear a watch.

And to be quite honest,
no one thinks of you
quite the way I do.

It all the same to you now.

I guess it's time to confess,
...never sleep before ten
...never take a bath on Sundays.
Since I am telling you so much,
I cry in earnest once a month
when the weather turns to freezing

Nothing's really easy,
when it boils down to me,
you should know that well...

I've grown so weary and tired of
seeing the rain fall,
Cause everyday that goes by,
is just like yesterday,
I just can't seem to get you out of my head
because loving you is....just....inevitable....

I guess it's always really best,
when it's time to confess,
to be the first one revealing.

You'll find out anyways,
So, I'll tell you..."my world's gone awry"
but at least I'm still breathing.

You don't have to say it,
I know you won't be back....
I know you so well....

I've grown so weary and tired of
seeing the rain fall,
cause everyday that goes by,
is just like yesterday.
I just can't seem to get you out of my head
Cause loving you is....just...inevitable....

I guess it's always really best,
when it's time to confess,
to be the first one revealing.

sábado, 22 de agosto de 2009

Enquanto a chuva cai...



A chuva cai. O ar fica mole . . .
Indistinto . . . ambarino . . . gris . . .
E no monótono matiz
Da névoa enovelada bole
A folhagem como o bailar.

Torvelinhai, torrentes do ar!

Cantai, ó bátega chorosa,
As velhas árias funerais.
Minh'alma sofre e sonha e goza
À cantilena dos beirais.

Meu coração está sedento
De tão ardido pelo pranto.
Dai um brando acompanhamento
À canção do meu desencanto.

Volúpia dos abandonados . . .
Dos sós . . . — ouvir a água escorrer,
Lavando o tédio dos telhados
Que se sentem envelhecer . . .

Ó caro ruído embalador,
Terno como a canção das amas!
Canta as baladas que mais amas,
Para embalar a minha dor!

A chuva cai. A chuva aumenta.
Cai, benfazeja, a bom cair!
Contenta as árvores! Contenta
As sementes que vão abrir!

Eu te bendigo, água que inundas!
Ó água amiga das raízes,
Que na mudez das terras fundas
Às vezes são tão infelizes!

E eu te amo! Quer quando fustigas
Ao sopro mau dos vendavais
As grandes árvores antigas,
Quer quando mansamente cais.

É que na tua voz selvagem,
Voz de cortante, álgida mágoa,
Aprendi na cidade a ouvir
Como um eco que vem na aragem
A estrugir, rugir e mugir,
O lamento das quedas-d'água!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Silentium Amoris



As often-times the too resplendent sun
Hurries the pallid and reluctant moon
Back to her sombre cave, ere she hath won
A single ballad from the nightingale,
So doth thy Beauty make my lips to fail,
And all my sweetest singing out of tune.

And as at dawn across the level mead
On wings impetuous some wind will come,
And with its too harsh kisses break the reed
Which was its only instrument of song,
So my too stormy passions work me wrong,
And for excess of Love my Love is dumb.

But surely unto Thee mine eyes did show
Why I am silent, and my lute unstrung;
Else it were better we should part, and go,
Thou to some lips of sweeter melody,
And I to nurse the barren memory
Of unkissed kisses, and songs never sung.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Any Time


How long ago the day is
when at last I look at it
with the time it has taken
to be there still in it
now in the transparent light
with the flight in the voices
the beginning in the leaves
everything I remember
and before it before me
present at the speed of light
in the distance that I am
who keep reaching out to it
seeing all the time faster
where it has never stirred from
before there is anything
the darkness thinking the light

domingo, 9 de agosto de 2009

voltando das Ferias!!!... snif.snif...


...
Pressure pushing down on me
Pressing down on you no man ask for
Under pressure - that burns a building down...

Under pressure - Queen & David Bowie