terça-feira, 30 de outubro de 2007

Instantes



Se eu pudesse viver novamente minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Não mais tolo ainda do que tenho sido. Na verdade bem poucas coisas levaria a sério....
Seria menos higiênico..... Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios....
Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e comeria menos lentilha. Teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da vida; claro que tive momentos de alegria... Mas se eu pudesse voltar a viver trataria de ter somente bons momentos. Porque se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não percas o agora....
Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas; se eu voltasse a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono. Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças...... se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas vejam, já tenho 85 anos, estou cego e sei que vou morrer...

Jorge Luiz Borges

GOSTARIA QUE TODOS TIVESSEMOS NOCAO DO QUE PERDEMOS POR NOS PRENDERMOS TANTO AS COISAS FUTEIS E NOS ESQUECEMOS DE VER AS BELEZAS EM TORNO DE NOS...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Recebi por e-mail, para quem estiver interessado!

Promoção Pequim 2008. Ganhe duas passagens com todas as despesas pagas para a Olimpíada de Pequim 2008.
Para participar é muito fácil, basta abrir a foto anexa e responder
corretamente as seguintes questões:
1. Qual o aluno que demonstra sinal de cansaço (sono)?
2. Quais são os irmãos gêmeos?
3. Quantas mulheres estão no grupo?
Boa sorte a todos os participantes.
Espero encontrá-los em Pequim, em 2008!!!


Quem conseguir porfavor me avise!


terça-feira, 23 de outubro de 2007

Usando Charles Chaplin...

“Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício. Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo. Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho. Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus. Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim.”

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Poema



Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.


Esse poema me traz inquietacao...

domingo, 21 de outubro de 2007

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

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Bebes - Graficos & Glitters Para Orkut


Imagens & Glitters Para Orkut

Receita de mulher

As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como no âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos então
Nem se fala, que olhe com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável.
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida

A mulher se alteie em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mas que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas que haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto, sensível à carícia em sentido contrário. É aconselhável na axila uma doce
relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!).
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser frescas nas mãos, nos braços, no dorso, e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37 graus centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras
Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher de sempre a impressão de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação imunerável.

Vinícius de Moraes

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Trechos que gosto pois Ela disse tudo!



"Chega a ser curioso pensar se os sonhos farão alguma diferença, ou a "liberdade", ou a "democracia". Acho que não; penso que só se pensará em comer, onde dormir e como refazer a vida entre os destroços da humanidade.
(...)
Ah, é duro para mim me reconciliar com isso tudo. Talvez por isso eu seja uma moça — assim posso viver com mais segurança que os rapazes que conheci e invejei, ter filhos e instilar neles o desejo intenso de aprender e amar a vida que eu jamais chegarei a sentir plenamente, pois não há tempo, pois não há mais tempo, em vez disso há o medo súbito e desesperado, o relógio que bate e a neve que cai de repente demais após o verão. Certo, sou dramática e meio cínica, indolente e meio sentimental. Mas nos anos fáceis poderei amadurecer e descobrir meu caminho. Agora estou vivendo numa situação crítica.
(...)
Preciso assumir uma postura calma e lutar contra o demônio dentro de mim, sem jamais lhe dar a dignidade de uma aparição pública, fugindo dele, sem cair em suas garras.
(...)

"Tenho escolha: fugir da vida e me desgraçar para sempre, pois não posso ser perfeita de cara, sem dor e fracasso, ou enfrentar a vida em meus próprios termos e "fazer o melhor possível"."... Não creio em Deus como uma espécie de pai do céu. Não acredito que os simples herdarão a terra. Os simples são ignorados e espezinhados. Eles se decompõem no solo ensanguentado da guerra, dos negócios e da arte; apodrecem sob a terra morna após as chuvas da primavera. Os ousados, cruéis, cheios de vida, revolucionários, poderosos de corpo e alma, estes marcham sobre a carne mole pacata que jaz sob o tacão de suas botas."

(Sylvia Plath - Diários)

E não é isso mesmo? Quem defende os que não têm voz pra gritar?


Sylvia Plath

sábado, 13 de outubro de 2007

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

ELEGIA



Nem os dias longos me separam da tua imagem.

Abro-a no espelho de um ceu monotono, ou

deixo que a tarde a prolongue no tedio dos

horizontes. O perfil cinzento da montanha,

para norte, e a linha azul do mar, a sul,

do-lhe a moldura cujo centro se esvazia

quando, ao dizer o teu nome, a realidade do

som apaga a ilusao de um rosto. Entao, desejo

o silencio para que dele possas renascer,

sombra, e dessa presenca possa abstrair a

tua memoria.

Nuno Judice

Poema enjoadinho "pelo dia das criancas!"



Filhos . . . Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete . . .
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los . . .
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Vinícius de Moraes

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Livros...


O escritor argentino Jorge Luis Borges dizia que as bibliotecas estão povoadas de espíritos, pois livros são como sarcófagos onde hibernam as almas dos autores. Sim, gênios literários são capazes de derramar a essência do próprio espírito nas entrelinhas dos textos. Da viscosidade das narrativas emergem idéias e sensações que, ao serem interpretadas na leitura, ressuscitam e flutuam pela nossa imaginação, passando a iluminar as profundezas de nossa inconsciência. É por isso que grandes escritores tornam-se imortais. Eles renascem em pedaços a cada lampejo de nossa inteligência no exercício da leitura de suas obras.
Quando nos debruçamos sobre um livro e nos deixamos hipnotizar pelo espírito do autor, somos levados, passo a passo, a um labirinto de experiências novas que magnetizam nossa alma e inspiram nossa percepção. Através da literatura percebemos constelações de realidades invisíveis e enxergamos a multiplicidade de possibilidades da vida; mas é imprescindível travar esse contato na juventude, de preferência antes dos 20 anos, pois nesse período nossa alma ainda está fresca, maleável, sedenta de vida e repleta de eletricidade. Velhos têm a alma seca, dura, enfastiada e escura. Tornar-se adulto sem mergulhar na literatura embrutece a alma. Quem passa pela vida sem curtir a experiência literária deixa de vivenciar uma das sutilezas mais delicadas do espírito humano.
Quando falo de literatura em sala de aula, meus alunos sempre me cobram sugestões para iniciar-se nessa descoberta. Eis aí, então, uma pequena lista de alguns escritores que fizeram minha cabeça na adolescência. Na verdade, eles mais me perturbaram do que ofereceram respostas; mas é justamente por isso que são bons: é assim que eles ensinam a pensar. Deixei de lado os autores que li depois dos 20, pois a idéia aqui é dizer coisas que de fato interessem a uma jovem mente inquieta. Evidentemente, prefiro mencionar escritores, e não as obras, porque a essência de cada autor dificilmente se reduz a um livro só. Por fim, se cada um deles me ensinou alguma coisa diferente, não quer dizer que ensinem as mesmas coisas a outros leitores. A lista é totalmente anárquica; os escritores se sucedem de acordo com as regras secretas de minha memória. Sugiro que você leia com calma, parando de autor em autor, para refletir bravamente sobre cada uma das provocações. É assim que se faz.
Pois bem, com William Burroughs aprendi que não devemos acreditar em ninguém nem tampouco duvidar do que quer que seja. Com Gabriel García-Marquez, que a ficção é mais real que essa fantasia que chamamos de realidade. Com Jorge Castañeda, que o mundo é muito mais colorido do que suportam os olhos. Com Lewis Carrol, que a lógica da realidade é incoerente, mas as coisas são assim mesmo. Com Jorge Luis Borges, que o enigma é perene, pois a mente humana é um labirinto de espelhos.
Dostoievski me mostrou que somos povoados por demônios: nossos maiores inimigos estão dentro de nós mesmos. Com Montaigne, aprendi que filosofar é aprender a morrer. Com Nabokov, percebi que a inocência pinta o demônio de rosa. Com Voltaire, que o otimismo aleija. Com Turgeniev, que amor e rancor tropeçam no baile da rima. Brönte iluminou com trevas as profundezas do amor. Com Choderlos de Laclos, aprendi que a paixão é um suicídio no abismo.
Com George Simenon percebi que os homens perspicazes não fazem mais que tatear suas dúvidas até que o acaso ilumine uma intuição. Com Oswald de Andrade descobri que um intelectual é um canibal. Com Millôr Fernandes aprendi que quando a gente menos espera, o óbvio nos surpreende. Com Aldous Huxley, que o mundo é do tamanho de nossa percepção. Ele me mostrou também que pensar é um enorme prazer. Com Oscar Wilde, aprendi que a melhor maneira de se livrar de uma tentação é cedendo a ela. Com Jack Kerouac, que o improviso da vagabundagem é o supra-sumo da criatividade selvagem. Com Campos de Carvalho, que a lucidez é um disfarce da loucura.
Com Tolstoi, percebi que o caráter é a maior medida do homem. Com Herman Hesse, que é preciso subir as escadas do inferno para alcançar o céu. Com Gogol, que o humano é um animal ridículo, do berço ao caixão. Com Nietzsche, que o projeto humano é superar-se ao infinito. Com Salinger, que a autoconfiança se ergue sob um pântano de insegurança. A propósito, se eu devesse indicar apenas um livro a um adolescente, sugeriria O Apanhador no campo de centeio, de Salinger.
Com George Orwell aprendi que podemos ser controlados feito um pacote de presunto se deixarmos os políticos apropriarem-se do poder do Estado. Com Mário de Andrade, que o Brasil não tem história: tem rapsódia. Com Mário Quintana, que o autodidata é um ignorante por conta própria (que na minha opinião, ainda é melhor que o ignorante graduado...).


Com Fernando Pessoa, aprendi que o homem é divino mesmo sem a existência de Deus. Com Saramago, que o limite entre o homem e a besta é um fio de ficção. Com Rachel de Queiroz, que a mulher é um gigante amedrontado. Com Kafka, que quando o inacreditável torna-se comum, nossa sensibilidade se anestesia. Com Paulo Leminski aprendi que a poesia pode te virar do avesso. Com o Chacal, que poesia é caso de polícia. Com Allen Ginsberg, que a poesia é um entorpecente. Com Rimbaud, que a poesia, afinal, é inútil como a vida...

Chega. Esses foram alguns dos autores básicos de minha iniciação literária. Depois vieram muitos outros – Guimarães Rosa, Mário Palmério, Lobo Antunes, Philip Roth etc... – que ainda me acompanham no meu amadurecimento. No entanto, sei que nada se compara em grandeza e intensidade com tudo aquilo que ainda não li. A literatura é uma fonte mágica que, quanto mais se bebe, mais seca fica a garganta. Quanto mais livros devoramos, mais famintos ficamos. Quanto mais caminhamos, maior o labirinto..

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Observacao Relevante


E o melhor minha sombra é muda...

Nuno Judice



NO CAFÉ DA MITOLOGIA

Perto da porta, as três Parcas pedem chá
e bolos. O criado mostra-lhes o casaco: o botão
pendurado por um fio, a cair. A mais velha
puxa o botão, rebentando
o fio; a do meio enfia a linha na agulha; e
a terceira recose o botão no casaco. As três
Parcas ficaram sem chá nem bolos; e o criado,
como é óbvio, ficou morto.
(Mas o casaco ficou impecável).

Adoro esse poeta...e ele conseguiu unir em um so poema duas coisa que sou extremamente fascina, apaixonada: mitologia e poema e no fim temos um resultado no minimo inusitado!

PRECISO DE ALGUÉM


Que me olhe nos olhos quando falo.
Que ouça as minhas tristezas e neuroses com paciência.
Preciso de alguém, que venha brigar ao meu lado sem precisar ser convocado; alguém Amigo o suficiente para dizer-me as verdades que não quero ouvir, mesmo sabendo que posso odia-lo por isso.
Neste mundo de céticos, preciso de alguém que creia, nesta coisa misteriosa, desacreditada, quase impossivel de encontrar: A Amizade.
Que teime em ser leal, simples e justo, que não vá embora se algum dia eu perder o meu ouro e não for mais a sensação da festa.
Preciso de um Amigo que receba com gratidão o meu auxílio, a minha mão estendida.
Mesmo que isto seja pouco para as suas necessidades.
Preciso de um Amigo que também seja companheiro, nas farras e pescarias, nas guerras e alegrias, e que no meio da tempestade, grite em coro comigo:
"Nós ainda vamos rir muito disso tudo"
Não pude escolher aqueles que me trouxeram ao mundo, mas posso escolher o meu Amigo.
E nessa busca empenho a minha própria alma, pois com uma Amizade Verdadeira, a vida se torna mais simples, mais rica e mais bela...
Charlie Chaplin

A + PURA VERDADE...

Cada vez que leio algo dele reforco mais ainda minha admiracao por esse cerebro....

Percepção de Arnaldo Jabor

A medida que envelheço e convivo com outras, valorizo mais ainda as mulheres que estão acima dos 30. Elas não se importam
com o que você pensa, mas se dispõem de coração se você tiver a intenção de conversar. Se ela não quer assistir ao jogo de futebol na tv, não fica à sua volta resmungando, vai fazer alguma coisa que queira fazer...

E geralmente é alguma coisa bem mais interessante. Ela se
conhece o suficiente para saber quem é, o que quer e quem quer. Elas não
ficam com quem não confiam. Mulheres se tornam psicanalistas quando
envelhecem.

Você nunca precisa confessar seus pecados... elas sempre
sabem...
Ficam lindas quando usam batom vermelho. O mesmo não acontece
com mulheres mais jovens... Mulheres mais velhas são diretas e honestas.

Elas te dirão na cara se você for um idiota, caso esteja agindo como um!

Você nunca precisa se preocupar onde se encaixa na vida dela.
Basta agir como homem e o resto deixe que ela faça...
Sim, nós admiramos as mulheres com mais de 30 anos!
Infelizmente isto não é recíproco, pois para cada mulher com mais de 30 anos, estonteante, bonita, bem apanhada e sexy, existe um careca, pançudo em bermudões amarelos bancando o bobo para uma garota de 19 anos...

Senhoras, eu peço desculpas!
Para todos os homens que dizem: "Porque comprar a vaca, se
você pode beber o leite de graça?", aqui está a novidade para
vocês: Hoje em dia 80% das mulheres são contra o casamento e sabem por quê?

"Porque as mulheres perceberam que não vale a pena comprar um
porco inteiro só para ter uma lingüiça!".
Nada mais justo!
Arnaldo Jabour

O teu riso


Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera , amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
Pablo Neruda

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Fante, para começar a semana


"Acredite nisso. Não se preocupe com a predestinação e, se Deus é só bondade, por que tanto mal, e se ele sabe tudo, por que criou as pessoas e mandou-as para o inferno? Haverá muito tempo para isso. (...) Então acomode-se e faça perguntas, pergunte qual é a aparência de Deus, por que nascem bebês aleijados e quem fez a fome e a morte."

(John Fante - 1933 foi um ano ruim)

Sem comentarios...ele ja fala por si so! Como o trecho de um de seus livros: “Uma noite, eu estava sentado na cama do meu quarto de hotel, em Bunker Hill, bem no meio de Los Angeles. Era uma noite importante na minha vida, porque eu precisava tomar uma decisão quanto ao hotel. Ou eu pagava ou eu saía: era o que dizia o bilhete, o bilhete que a senhoria havia colocado debaixo da minha porta. Um grande problema, que merecia atenção aguda. Eu o resolvi apagando a luz e indo para a cama.”

PS: pra quem nao sabe John Fante foi um romancista italo-americano que realmente nao precisa de comentarios.

domingo, 7 de outubro de 2007


Neste mes dia 9 para ser mais precisa veio a ordem por radio para a execucao de Che, em Bolivia. Morreu aos 39 anos. Removeram-no para Vallegrande onde foi exposto sobre umas pias da lavandeira de um pequeno hospital. Lá amputaram-lhe as mãos para conferir com suas digitais existentes na Argentina. Antes, tiram várias fotos. Surpreendentemente ele, ferido e estirado, parecia-se com uma daquelas telas do Barroco que retratam o Cristo caído. Seu olhar fixo parecia tranqüilo, como se não fosse surpreendido pelo desastre. Consumava-se assim a sua idéia da morte como martírio. O interessante, e que hoje em dia no mesmo lugar que o delataram ele para uns e cultuado como santo... coisas da vida... Era uma figura que abandonou tudo para tornar-se um peregrino da revolução, emprestando seu nome e sua liderança às causas que considerava justas, para ele:
"O socialismo nao e uma sociedade beneficente, nao e um regime utopico, baseado na bondade do homem como homem. O socialismo e um regime a que se chega historicamente e que tem por base a socializacao dos bens fundamentais de producao e a distribuicao equitativa de todas as riquezas da sociedade, numa sitacao de producao social. Isto e, a producao criada pelo capitalismo: as grandes fabricas, a grande pecuaria capitalista, a grande agricultura capitalista, os locais onde o trabalho humano era feito em comunidade, em sociedade; mas naquela epoca o aproveitamento do fruto do trabalho era feito pelos capitalistas individualmente, pela classe exploradora, pelos proprietarios juridicos dos bens de producao."

Ja para mim, o problema do socialismo e que ele nunca se tornou verdadeiramente SOCIALISMO! Tenho a impressao que o comunismo para se tornar socialismo tinha que atravessar uma ponte, mas ao estar andando, parou no meio dela e cresceu, e ficou tao pesado que a ponte caiu... ele nunca chegou do outro lado...

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

A Serpente que Dança

Que eu te amo ver, lânguida amante,
Do corpo que excele
Como um tecido vacilante,
Transluzir a pele!

Sobre o teu cabelo profundo
De acre, perfumado,
mar odorante e vagabundo,
Moreno e azulado,



Como um navio que desponta,
Ao vento matutino
Em sonho minha alma se apronta,
Para um céu sem destino.

Nos teus olhos ninguém lobriga
Doçura ou martírio,
São jóias frias que são liga
De ouro e letargírio.

Ao ver teu corpo que balança,
Bela de exaustão,
Dir-se-ia serpente que dança
Em torno de um bastão.

Todos os ócios com certeza
Tua fronte movem
Que passeia com a moleza
De elefante jovem,

E o teu corpo se alonga e pende
Tal nave se mágoas,
Que as margens deixa e após estende
Suas vergas na água.

Onda crescida da fusão
De gelos frementes
Se a água de tua boca então
Alcança os teus dentes,

Bebo uma taça rubra e cheia
Muita amarga e calma,
Um líquido céu que semeia
Astros em minha alma!

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Crônica do Amor - Arnaldo Jabor




Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

fizemos 7 anos 3 meses... de altos e baixos mas mais juntos que nunca! Te amo pelo que es, pelos erros, chatices, pinimas, teimosias,loucuras e megalomanias mas, te amo principalmente pelos olhos cor de mar que me olham todas as manhas nestes ultimos anos, olhos estes que me transmitem tudo...principalmente...amor...

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Quem não dá assistência, abre concorrência



Você homem da atualidade, vem se surpreendendo diuturnamente com o "nível" intelectual, cultural e, principalmente, "liberal" de sua mulher, namorada e etc.
Às vezes sequer sabe como agir, e lá no fundinho tem aquele medo de ser traído - ou nos termos usuais: "corneado". Saiba de uma coisa... esse risco é iminente, a probabilidade disso acontecer é muito grande, e só cabe a você, e a ninguém mais evitar que isso aconteça ou, então, assumir seu "chifre" em alto e bom som.
Você deve estar perguntando porque eu gastaria meu precioso tempo falando sobre isso. Entretanto, a aflição masculina diante da traição vem me chamando a atenção já há tempos.
Mas o que seria uma "mulher moderna"?
A princípio seria aquela que se ama acima de tudo, que não perde (e nem tem) tempo com/para futilidades, é aquela que trabalha porque acha que o trabalho engrandece, que é independente sentimentalmente dos outros, que é corajosa, companheira, confidente, amante...
É aquela que às vezes tem uma crise súbita de ciúmes mas que não tem vergonha nenhuma em admitir que está errada e correr pros seus braços...
É aquela que consegue ao mesmo tempo ser forte e meiga, desarrumada e linda...
Enfim, a mulher moderna é aquela que não tem medo de nada nem de ninguém, olha a vida de frente, fala o que pensa e o que sente, doa a quem doer...
Assim, após um processo "investigatório" junto a essas "mulheres modernas" pude constatar o pior:
VOCÊ SERÁ (OU É???) "corno", a menos que:
- Nunca deixe uma "mulher moderna" insegura. Antigamente elas choravam. Hoje, elas simplesmente traem, sem dó nem piedade.
- Não ache que ela tem poderes "adivinhatórios". Ela tem de saber - da sua boca - o quanto você gosta dela. Qualquer dúvida neste sentido poderá levar às conseqüências expostas acima.
- Não ache que é normal sair com os amigos (seja pra beber, pra jogar futebol...) mais do que duas vezes por semana, três vezes então é assinar atestado de "chifrudo". As "mulheres modernas" dificilmente andam implicando com isso, entretanto elas são categoricamente "cheias de amor pra dar" e precisam da "presença masculina". Se não for a sua meu amigo... bem...
- Quando disser que vai ligar, ligue, senão o risco dela ligar pra aquele ex bom de cama é grandessíssimo.
- Satisfaça-a sexualmente. Mas não finja satisfazê-la. As "mulheres modernas" têm um pique absurdo com relação ao sexo e, principalmente dos 20 aos 38 anos, elas pensam em - e querem - fazer sexo todos os dias (pasmem, mas é a pura verdade)...bom, nem precisa dizer que se não for com você...
- Lhe dê atenção. Mas principalmente faça com que ela perceba isso. Garanhões mau (ou bem) intencionados sempre existem, e estes quando querem são peritos em levar uma mulher às nuvens. Então, leve-a você, afinal, ela é sua ou não é????
Nem pense em provocar "ciuminhos" vãos. Como pude constatar, mulher insegura é uma máquina colocadora de chifres.
- Em hipótese alguma deixe-a desconfiar do fato de você estar saindo com outra. Essa mera suposição da parte delas dá ensejo ao um "chifre" tão estrondoso que quando você acordar, meu amigo, já existirá alguém MUITO MAIS "comedor" do que você...só que o prato principal, bem...dessa vez é a SUA mulher.
Sabe aquele bonitão que, você sabe, sairia com a sua mulher a qualquer hora. Bem... de repente a recíproca também pode ser verdadeira. Basta ela, só por um segundo, achar que você merece...Quando você reparar... já foi.
- Tente estar menos "cansado". A "mulher moderna" também trabalhou o dia inteiro e, provavelmente, ainda tem fôlego para - como diziam os homens de antigamente - "dar uma", para depois, virar pro lado e simplesmente dormir.
- Volte a fazer coisas do começo da relação. Se quando começaram a sair viviam se cruzando em "baladas", "se pegando" em lugares inusitados, trocavam e-mails ou telefonemas picantes, a chance dela gostar disso é muito grande, e a de sentir falta disso então é imensa. A "mulher moderna" não pode sentir falta dessas coisas...senão...
Bem amigos, aplica-se, finalmente, o tão famoso jargão "quem não dá assistência, abre concorrência".
Deste modo, se você está ao lado de uma mulher de quem realmente gosta e tem plena consciência de que, atualmente o mercado não está pra peixe (falemos de qualidade), pense bem antes de dar alguma dessas "mancadas"... proteja-a, ame-a, e, principalmente, faça-a saber disso.
Ela vai pensar milhões de vezes antes de dar bola pra aquele "bonitão" que vive enchendo-a de olhares... e vai continuar, sem dúvidas, olhando só pra você!

diferenca...


As circunstâncias entre as quais você vive determinam sua reputação. A verdade em que você acredita determina seu caráter. A reputação é o que acham que você é. O caráter é o que você realmente é... A reputação é o que você tem quando chega a uma comunidade nova. O caráter é o que você tem quando vai embora... A reputação é feita em um momento. O caráter é construído em uma vida inteira... A reputação torna você rico ou pobre. O caráter torna você feliz ou infeliz... A reputação é o que os homens dizem de você junto à sua sepultura. O caráter é o que os anjos dizem de você diante de Deus.

Arnaldo Jabor

Ainda ontem pensava que não era...

Ainda ontem pensava que não era
mais do que um fragmento trémulo sem ritmo
na esfera da vida.
Hoje sei que sou eu a esfera,
e a vida inteira em fragmentos rítmicos move-se em mim.

Eles dizem-me no seu despertar:
" Tu e o mundo em que vives não passais de um grão de areia
sobre a margem infinita
de um mar infinito."

E no meu sonho eu respondo-lhes:
"Eu sou o mar infinito,
e todos os mundos não passam de grãos de areia
sobre a minha margem."

Só uma vez fiquei mudo.
Foi quando um homem me perguntou:
"Quem és tu?"

جبران خليل جبران

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Para iniciar uma semam em GRANDE estilo!


George Carlin autor, ator e comediante ingles, ateista, tem focado mais recente suas rotinas em primeiramente: atacar as falhas no moderno-dia da América. Frequentemente faz publicações em edições políticas conteporaneas nos Estados Unidos e satiras aos excessos da cultura americana. Assim, escreveu "O paradoxo de nosso tempo" que nao tem nada de comedia! Sendo verdadeiro e expressando como a humanidade vem caminhando de forma muito verdadeira...

O paradoxo do nosso período na história é que temos prédios maiores,
Mas temperamentos mais curtos;

Estradas mais largas,
Mas pensamentos mais estreitos;

Gastamos mais
E temos menos;

Compramos mais
E aproveitamos menos.

Nossas casas são maiores e nossas famílias menores,

Temos mais conveniências, porém menos tempo;

Temos mais estudo e menos bom senso;

Mais conhecimentos e menos capacidade de julgamento;

Mais especialistas e mais problemas,

Mais remédios e menos saúde.

Bebemos demais, fumamos demais, gastamos demais,

Rimos de menos, dirigimos com demasiada velocidade,

Perdemos com facilidade a paciência, dormimos muito tarde,

Levantamos com o corpo quebrado, lemos pouco,
assistimos TV em demasia e rezamos raramente.

Multiplicamos as nossas posses, mas reduzimos o seu valor.

Falamos demais, amamos de menos e odiamos muito.

Aprendemos como ganhar a vida, mas não como viver.

Adicionamos anos às nossas vidas e não vida aos nossos anos.

Fomos à Lua e voltamos, mas temos dificuldade em atravessar a rua,
Para falar com o nosso novo vizinho.

Conquistamos o espaço exterior, mas não o interior.

Fizemos coisas maiores, mas nem sempre melhores.

Às vezes limpamos o ar, mas poluímos as almas.

Conquistamos o átomo, mas não os nossos preconceitos.

Escrevemos mais e aprendemos menos;

Planejamos mais e conseguimos menos;

Aprendemos a correr, mas não a esperar;

Construímos cada vez mais computadores, para armazenar mais
informações e produzir mais cópias,
Mas nos comunicamos cada vez menos.

Estes são os tempos do "fast food" e da digestão lenta;
De homens grandes, com personalidades mesquinhas;
De lucros enormes e relacionamentos pequenos.

Estes são os dias de dois empregos e mais divórcios;
Casas mais bonitas e lares desfeitos.

Estes são os dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis,
moralidade abandonada, encontros por uma noite, obesidade disseminada e pílulas para tudo, da alegria à calma e até à morte.

É um tempo onde há muito nas vitrines e pouco no depósito.

Um tempo onde a tecnologia permite que você leia isto e escolha o que fazer:
Dividir este sentimento ou apenas clicar em DELETE.

Lembre-se, diga uma palavra boa para aquele que lhe olha com medo,
Porque aquele pequenino crescerá em breve e o abandonará.

Lembre-se, abrace com carinho quem estiver ao seu lado,
Porque este é o único tesouro que você pode oferecer, sem lhe custar nada.

Lembre-se de dar as mãos e aproveitar o instante,
Eis que, algum dia, aquela pessoa não estará ao seu lado.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre.

Lembre-se dar um abraço carinhoso num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer.

Lembre-se de dizer "eu te amo" à sua companheira ou companheiro e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, ame... ame muito. Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro.

Dê um tempo ao Amor, dê um tempo às palavras, dê um tempo e divida os preciosos pensamentos da sua mente.

O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas querer tudo que você tem! Porisso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado.

George Carlin