sábado, 9 de maio de 2009

O avesso e o direito.2


Sei que, agora, vou escrever!
Chega um tempo em que a árvore, depois de ter sofrido muito, deve dar os seus frutos. Cada Inverno termina com uma Primavera. Preciso de testemunhar. Depois o ciclo recomeçará.
Apenas falarei do meu amor pela vida. Mas à minha maneira…
Outros escrevem por tentações opostas. E cada decepção das suas vidas dá azo a uma obra de arte, mentira urdida com a mentira das suas vidas. Mas os meus escritos sairão das minhas horas de felicidade. Mesmo naquilo que eles tiverem de cruel. Preciso de escrever, assim como preciso de respirar, porque o corpo mo exige.
Longe da questão fútil da imortalidade, aquilo que me interessa é, de facto, o nosso destino. Mas não “depois”, “antes”.

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