segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Poemas do Irremediavel (X)


A mesma pele morena,

a mesma voz fluvial

o mesmo gesto ao falar,

o mesmo andar musical...



O mesmo gosto no beijo,

a mesma ânsia nos passos,

o mesmo bosque na face,

a mesma paz nos abraços.



As mesmas vagas desculpas,

as mesmas verdades puras,

as mesmas raras mentiras,

as mesmas claras loucuras.



A mesma infância ao dormir,

o mesmo ser se escondendo,

o mesmo rosto em meu peito,

a mesma aurora acendendo.



O mesmo corpo em meu corpo,

a mesma amarga doçura.

As mesmas mãos me tocando,

o mesmo cais de ternura.



O mesmo campo de mágoas,

a mesma grande ventura,

a mesma frescura d´água,

o mesmo calor de pão.

Imagem: Norbert Guthier

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