sexta-feira, 5 de setembro de 2008

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A paixão é duma raridade extrema. O amor é um sentimento diferente do instinto, do prazer. O seu fim último é a fusão psíquica, a androginia espiritual. O amor não tem como objectivo a satisfação individual, consiste antes num meio de transcender - graças ao outro, e em sua companhia - o próprio Eu terreno e atingir assim a verdadeira Essência, a substância impessoal e eterna. Suprema aliança de dois seres votados à doença e à morte, mas unidos pela ternura. Esta busca ideal é a única a dar sentido ao amor. Que é uma arte, como a música. Como a pintura. E a pintura, como o amor, resgata-nos do esforço - doloroso e terreno - de encontrar as palavras. Resgata-nos da impotência da nossa linguagem.

In A Noiva Judia, Luigi Guarnieri, Editorial Presença, pág. 133

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