sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Poemas do Irremediavel (XXVI)



Vieste com a noite, e a mesma manhã te levou.

Tinha pés de sombra quando chegaste:

só um pássaro violou o ar de que partiste.



Entre a chegada e o adeus havia luz:

a cintilação fria das estrelas,

o quase fulgor do nascer do dia.



Vieste com a noite e a manhã te levou,

criamos um mundo como deuses:

mas o real que foi assim construído,

tomou diante dos olhos surpresos,

novas formas, tentou pela desordem

da emoção, a inconsciência do perfeito.

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