segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Poemas do Irremediavel (II)




Vivo como se andasse

me afogando,

e onde estiver, aí,

será mar alto,

e eu sempre mais só, desesperado,

a buscar entre ondas,

uma de apego,

exílio e salvamento:

durante os dias, espero as noites,

a fumaça de barcos, um sinal.

Mas há as noites — oh horror

das noites —

intermináveis no ar sem sono,

onde um farol,

(uma estrela houvesse)

apenas iluminariam

o medo de me perder

por me salvar:

como esperar um braço

quando o mar é grama

para o vento,

ou eco dos ecos?

Mesmo que um braço me fosse estendido

já não haveria

porto...

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