segunda-feira, 31 de março de 2008

Diálogo



Vê como o verão
subitamente
se faz água no teu peito,
e a noite se faz barco,
e minha mão marinheiro.

Eugénio de Andrade


- Desta vez, da proa do meu navio avistei o Éden desenhado em mapa pelos mistérios do teu corpo, que eu avistava entre as margens da consciência.

- Desta vez, meu amor, farei do meu corpo farol de luz, branco como os primeiros dias da madrugada do mundo.

- Desta vez, quero descobrir os recantos secretos, quando te beijar o corpo nu e fizer "da minha mão marinheiro" nos teus mares.

- Desta vez, meu amor, serei água nos teu lábios, fonte descoberta, barco de madeira em viagem eterna.

Todas as noites..todos os dias..

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